BEIRUTE, 17 MAI (ANSA) – O grupo xiita Hezbollah e seus aliados perderam espaço nas eleições legislativas do Líbano, realizadas no último domingo (15) e que devem manter o país em um cenário de incerteza e fragmentação política.   

De acordo com resultados divulgados pelo Ministério do Interior nesta terça-feira (17), nenhum bloco terá maioria no Parlamento de 128 assentos do Líbano, país que está em seu terceiro primeiro-ministro, Najib Mikati, em menos de três anos.   

Apoiados pelo Irã, a milícia armada Hezbollah e seus aliados, como o também xiita Movimento Amal e o cristão maronita Movimento Patriótico Livre, do presidente Michel Aoun, tinham maioria no Parlamento, mas não conseguiram alcançar o mínimo de 65 assentos necessário para se manter no poder.   

O Hezbollah e o Movimento Amal ainda seguraram as 27 cadeiras reservadas aos muçulmanos xiitas, porém o bloco cristão liderado por Aoun perdeu espaço para as Forças Libanesas, partido de oposição encabeçado por Samir Geagea.   

Além disso, pelo menos 13 candidatos independentes que apoiaram os protestos contra a classe política em 2019 foram eleitos, sendo que 12 estrearão no Parlamento e podem ser decisivos para a formação de um governo.   

O Líbano enfrenta a pior crise econômica de sua história e foi às urnas pela primeira vez desde a devastadora explosão no Porto de Beirute, que matou mais de 200 pessoas em agosto de 2020.   

Com o poder dividido de forma sectária entre os diferentes grupos religiosos, a política é frequentemente assolada pelo nepotismo e pelo compadrio. Por convenção, o presidente é sempre um cristão maronita, enquanto o premiê e o chefe do Parlamento precisam ser muçulmanos sunita e xiita, respectivamente. (ANSA).