As sete crianças da família Hargreeves nasceram no mesmo dia do ventre de mulheres que não estavam sequer grávidas. Foram adotadas por um bilionário que criou uma instituição dedicada apenas a elas para que pudessem desenvolver em paz seus super-poderes. Baseada em uma história em quadrinhos, esse é o mote da série “The Umbrella Academy”, um dos maiores sucessos da Netflix.

“Eles são uma família problemática. Ainda estão aprendendo a agir em equipe”, explica o diretor executivo Steve Blackman.

Em sua segunda temporada, a série protagonizada por adolescentes com super-poderes faz uma viagem no tempo até os anos 1960 e ganha um cunho social. A garota Allison, interpretada por Emmy Raver-Lampman, tem de enfrentar um inimigo ainda mais poderoso na época: o racismo. “Os anos 1960 aconteceram há pouco tempo e nossa luta pela igualdade racial continua”, afirma Emmy. “É importante que o assunto seja abordado em uma série tão popular.” Para a atriz Ellen Page, que interpreta Vanya Hargreeves, a série discute ainda a diversidade sexual. “Falar sobre o desrespeito à comunidade LGBT é uma forma de mostrar aos jovens de hoje como isso era errado”. Em meio ao apocalipse, a família de super-heróis mantém a consciência social.

As teorias da conspiração

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Da morte de John F. Kennedy à crise dos mísseis em Cuba, a segunda temporada de “Umbrella Academy” desfila uma coleção de referências aos anos 1960, época em que o mundo quase sofreu um apocalipse. “Abordamos diversas teorias da conspiração”, diz o chefão da série, Steve Blackman (foto). “Os personagens da família Hargreeves voltam no tempo para lutar por questões que ainda incomodam os jovens de hoje, como racismo e homofobia.” Blackman, que já produziu séries realistas como “Fargo” e “NYPD Blue”, acredita que o sucesso da série vem da imperfeição dos personagens. “São diferentes dos super-heróis que estamos acostumados a ver. São pessoas com problemas
e medos. A diferença é que elas têm super-poderes para resolvê-los.”