O muçulmano Ahmed al Ahmed, de 43 anos, passou a ser considerado um “herói nacional” por ter conseguido desarmar um dos autores do ataque a tiros na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália, no domingo, 14. Segundo a polícia local, os suspeitos são pai e filho. O homem, de 50 anos, foi morto pelas autoridades. Já o rapaz, de 24, acabou sendo detido com ferimentos, mas sua condição de saúde é estável.
No momento do ataque, Ahmed conseguiu se esconder atrás de um carro estacionado e agarrou um dos homens pelas costas, o desarmou e o derrubou no chão.
Segundo a família, Ahmed foi baleado em uma das mãos e em um dos braços pelo segundo atirador. Ele foi socorrido e levado ao Hospital St. George, onde precisou ser submetido a uma cirurgia.
Em entrevista à rede ABC News, Mohamed Fateh al Ahmed afirmou que o filho é pai de duas meninas, é um cidadão australiano e vendedor de frutas e verduras. “Ele é um herói. Já serviu na polícia e tem paixão por defender as pessoas”, afirmou. “Quando viu as pessoas caídas no chão e o sangue, sua consciência o impeliu rapidamente a atacar um dos terroristas e tomar a arma”, completou.
Chris Minns, primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, estado onde fica Sydney, visitou Ahmed no hospital e o parabenizou por sua atitude. “Ahmed é um herói da vida real”, destacou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou Ahmed de “uma pessoa muito corajosa” que salvou muitas vidas.
Doação online
Uma campanha online na plataforma GoFundMe foi criada para Ahmed e já arrecadou A$ 1,1 milhão (US$ 744 mil, ou R$ 4.018.641,31) em apenas um dia. O maior doador foi o bilionário gestor de fundos de hedge, Bill Ackman, que compartilhou a campanha.
Relembre o caso
O atentado deixou ao menos 15 vítimas e 42 pessoas feridas. O ataque ocorreu em uma das áreas mais movimentadas e turísticas da cidade e provou pânico entre os frequentadores da praia e os participantes do evento religioso Hanukkah.
O atirador mais velho tinha licença para seis armas por ao menos 10 anos, e todas foram apreendidas pela polícia local. Nenhum dos suspeitos tinham antecedentes criminais.
Devido ao ocorrido, a Austrália pretende endurecer as leis para porte de arma. Dois “aparelhos explosivos improvisados” foram encontrados e desarmados pelas autoridades.
Durante coletiva de imprensa, o comissário da polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, descartou a possibilidade de uma terceira pessoa no ataque.
O ataque foi classificado pelas autoridades como ato terrorista e segue sob investigação. De acordo com a polícia, as vítimas do ataque tinham idades entre 10 e 87 anos.