Um conto de fadas. Assim pode ser definida a trajetória de Niclas Füllkrug, centroavante muito pouco conhecido fora da Alemanha e que se tornou herói após o gol redentor no empate em 1 a 1 com a Espanha, no domingo (27), resultado que manteve a seleção com chances de se classificar às oitavas de final do Grupo E da Copa do Mundo.

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Aos 29 anos, o atacante do Werder Bremen nunca tinha jogado pela equipe alemã até a preparação para este Mundial. Já mostrou o seu cartão de visitas na vitória por 1 a 0 sobre Omã, único amistoso realizado antes da Copa, justamente a sua estreia no selecionado germânico.

Considerado ‘chucro’, tanto pelo perfil trombador, quanto pela estética (uma má formação dentária deixou uma ‘janela’ entre os seus dentes frontais, algo que ele cultiva como marca registrada) e entrevistas com alemão truncado, de poucas palavras e articulações, Füllkrug é o atual vice-artilheiro da Bundesliga pelo Bremen, onde disputou a segunda divisão do país na temporada.

Foi justamente o clube que o revelou e onde foi dispensado em 2015 após empréstimos por times de divisões inferiores por deficiência técnica. Declínio assustador para alguém que surgia promissor, convocado constantemente para as seleções de base. O ‘casamento’ só foi reatado em 2019, depois dele aparecer bem no Hannover e custar barato para um clube que atravessava uma crise. Mas mesmo assim, titular, mesmo, só na última temporada.

A aposta inicial seria no ídolo Thomas Müller, que após passar em branco toda a Copa de 2018, precisaria de uma campanha perfeita no Qatar para quebrar recorde de gols marcados. Não vem acontecendo. Sem ritmo de jogo, prejudicado pelas contusões que o afastaram praticamente de toda a temporada até aqui do Bayern de Munique, o veterano de 33 anos sofre com as contestações da imprensa local. Füllkrug é o nome da vez.

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Niclas Füllkrug

Füllkrug e a ‘janelinha’ nos dentes que cultiva como marca registrada (Foto: Divulgação)

– O jogo de hoje (domingo) provou para a Flick que a Alemanha precisa de uma referência mais constante na área. E se é Füllkrug que temos no Oriente Médio, que ele seja titular contra a Costa Rica – sacramentou o ‘Bild‘, o mais sensacionalista dos tabloides germânicos.

– Por Copas e Copas a Alemanha sempre contou com os gols salvadores de Klose. É uma posição que está carente. E que Füllkrug pode executar – disse o ‘Weilt‘, fazendo alusão ao homem que mais marcou gols na história dos Mundiais, 16 ao todo, e que era taxado dos mesos adjetivos que o seu sucessor no Bremen.

– Você pode dizer pelo gol de Niclas quais qualidades ele tem. Esse foi um gol brutalmente importante. Hoje tivemos a chance de progredir. Isso é o mais importante – definiu o meia Gündogan após o empate contra a Espanha.

Resta saber como pensará Flick para as 16h (de Brasília) da próxima quinta-feira (1/12), quando os alemães encaram a Costa Rica precisando vencer para evitar um novo vexame quatro anos depois da Copa da Rússia. Seja o ‘cinderela’ da convocação ou o ídolo eterno em má fase, a bola precisa, enfim, estufar as redes.

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