‘Herdeira de Raiola’ pede limite de tempo a jogadores de futebol

ROMA, 30 JUN (ANSA) – A empresária brasileira Rafaela Pimenta, antiga colega do ex-agente Mino Raiola e herdeira do império do italiano, declarou que o novo Mundial de Clubes renderá uma “cascata” de dinheiro, mas alertou sobre a alta quantidade de partidas disputadas pelos jogadores em uma única temporada.   

Em uma entrevista à ANSA, a superagente de 52 anos mencionou que os times precisarão saber investir as cifras recebidas do reformulado megaevento da Fifa e mencionou os riscos que os atletas precisarão lidar em razão do calendário lotado.   

“Todos nós, agentes, estamos nos perguntando o que vai mudar e qual o impacto que isso terá no mercado. Uma cascata irá direto para os clubes, mas será preciso saber gastar. Acho que mais [dinheiro] será investido, mas o amor e o entusiasmo também contam no futebol. Se um clube se apaixona por um jogador, no final fará de tudo para tê-lo. Digamos que quem tiver mais dinheiro terá a oportunidade de se apaixonar mais”, analisou a brasileira.   

Em meio a um mercado de transferências “anômalo”, a superagente destacou que a Copa do Mundo de Clubes possibilitará que os europeus possam ver de perto os jogadores de times brasileiros, mas alertou para os problemas que o evento poderá causar, sobretudo físicos.   

“Precisamos urgentemente criar regras para estabelecer quantos minutos um jogador pode jogar em uma temporada. Todos querem sempre ver as estrelas em campo, mas é impossível. Entre meus clientes, tenho jogadores que têm 10 dias de férias por ano, mas assim, mesmo sendo muito bem pagos, não chegam muito longe. Colapsos físicos e lesões são um risco real”, declarou.   

Pimenta negou que o futebol italiano seja um refúgio para jogadores mais velhos que perderam mercado e que os atletas do Belpaese não possuem espaço em outras ligas, como a Premier League.   

“Não é verdade. O futebol italiano tem seu charme próprio pelo estilo de jogo e pela qualidade de vida, é um campeonato muito humano em um mundo cada vez mais ligado aos negócios. Os jogadores italianos têm mercado, mas eles, assim como os mexicanos, nunca querem sair do seu país”, afirmou.   

A brasileira, definida como a mulher mais poderosa do futebol, comanda uma agência de agentes esportivos que, entre seus clientes, inclui campeões como Erling Haaland, do Manchester City. (ANSA).