Helicóptero militar havia desligado rastreamento antes de colidir com avião nos EUA

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Equipes fazem buscas em destroços de acidente entre helicóptero e avião comercial, nos EUA Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O helicóptero do Exército dos Estados Unidos que colidiu com um avião no dia 29 de janeiro havia desligado a tecnologia de rastreamento pouco antes do incidente. A informação foi confirmada pelo senador Ted Cruz em depoimento ao jornal New York Times na última quinta-feira, 6.

A tecnologia teria permitido que os controladores de tráfego aéreo rastreassem melhor o movimento das naves, o que poderia ter evitado a colisão. Na ocasião, um voo comercial da American Airlines e um helicóptero Black Hawk se chocaram perto do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, sobre o rio Potomac. A tragédia deixou 67 mortos, se tornando o pior desastre aéreo do país nos últimos 20 anos.

Ted Cruz – republicano responsável pela informação – é membro da Comissão de Comércio, Ciência e Transporte do Senado e demonstrou preocupação com o desligamento do rastreio para a missão de treinamento do helicóptero.

O sistema conhecido como Vigilância Dependente Automática por Difusão (Automatic Dependent Surveillance-Broadcast) é capaz de sinalizar a posição, altitude e velocidade da aeronave, mas não estava em funcionamento na hora da tragédia.

Ela permite que os controladores de tráfego aéreo não dependam apenas do rastreamento de radar, que pode ter um atraso de alguns segundos. Assim, fornece uma camada extra de segurança para ajudar a prevenir acidentes.

Os helicópteros militares podem desligar a tecnologia durante o que são chamadas de missões de “continuidade do governo” para que ninguém possa rastrear para onde os funcionários do governo estão sendo levados.

“Neste caso, esta foi uma missão de treinamento, então não havia nenhuma razão de segurança nacional convincente para o ADS-B ser desligado”, disse Cruz ao New York Times.