O piloto e o instrutor do helicóptero militar envolvido em uma colisão com um avião civil de passageiros em Washington no final de janeiro comunicaram dados de altitude diferentes, diz um relatório apresentado nesta sexta-feira (14).
Um helicóptero militar Sikorsky Black Hawk e uma aeronave Bombardier CRJ700 operada por uma filial da companhia American Airlines caíram nas águas geladas do rio Potomac, que margeia o aeroporto Ronald Reagan da capital americana, após a colisão. No total, 67 pessoas morreram no acidente.
Segundo Jennifer Homendy, diretora da Agência Nacional de Segurança do Transporte (NTSB, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, pouco antes da colisão, o piloto do helicóptero — que realizava um voo de treinamento noturno — informou que estava a uma altitude de 300 pés, enquanto seu piloto instrutor indicava 400 pés.
O relatório se baseia nos últimos minutos de voo de ambos os aparelhos, segundo os dados extraídos das caixas-pretas.
“Não sabemos por que havia uma divergência entre os dois. É algo que a equipe de investigação está analisando”, disse Homendy. “No momento da colisão, o Black Hawk se encontrava a 278 pés.”
“Observamos informação contraditória nos dados”, insistiu.
Além disso, mencionou problemas de transmissão entre o helicóptero e a torre de controle.
Em uma gravação das conversas provenientes da torre de controle, difundida pela imprensa logo após o acidente, é possível ouvir a instrução dada ao helicóptero de “passar por trás do CRJ”.
“Isso não aparece no gravador de voz do Black Hawk”, explicou Homendy.
Segundo ela, o avião de passageiros podia ouvir todas as comunicações que entravam e saíam da torre de controle com todos os demais aparelhos, enquanto o helicóptero só podia acompanhar as emitidas pela torre.