Haysam Ali brilha na cena teatral dos EUA com atuações que vão do drama ao humor

Ator transita com naturalidade entre personagens densos, como o Vampiro de Niterói, e figuras clássicas como Benvolio, revelando sua força cênica e versatilidade nos palcos

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O ator brasileiro-americano Haysam Ali, de 37 anos, vem conquistando espaço no cenário artístico dos Estados Unidos após se formar na prestigiada escola Stella Adler, referência na formação de intérpretes para teatro e cinema. Sua estreia profissional foi no curta-metragem “Play”, onde interpretou Henry, um jovem vítima de bullying. A produção, disponível na Apple TV+, traz uma poderosa reflexão sobre o tema e marcou o início promissor de sua carreira.

Logo depois, Haysam mergulhou no papel mais desafiador de sua trajetória até então: deu vida ao serial killer Marcelo Costa de Andrade, conhecido como o “Vampiro de Niterói”, na peça “Vampire of Rio”, encenada em Los Angeles. O personagem real, que aterrorizou o Brasil nos anos 1990, exigiu entrega emocional intensa e marcou uma virada em sua carreira.

Mas foi justamente após essa imersão sombria que o ator se viu diante de um novo e inesperado desafio: trocar o peso psicológico do crime por ares mais clássicos e poéticos. Em maio, subiu aos palcos para interpretar Benvolio em uma releitura moderna de “Romeu e Julieta”.

A princípio um coadjuvante, o personagem ganhou centralidade na narrativa como uma figura conciliadora entre os conflitos familiares e afetivos. “É incrível ter esses trabalhos no meu currículo. Vejo isso como um divisor de águas no que diz respeito à minha evolução como ator. Não há forma melhor de aprimorar sua técnica de atuação do que se desafiar em um trabalho”, comemora Haysam.

O papel exigiu ainda a imersão na linguagem rebuscada de Shakespeare, mesmo para o ator, que é fluente em inglês.

Animado com a diversidade de personagens, ele reflete sobre a intensidade dos papéis anteriores: “O desafio foi que os dois papéis antes de Benvolio lidavam com traumas e rejeição, eram bem pesados, principalmente o do Vampiro de Niterói, no qual eu tive que, mesmo contra meus princípios, viver e aceitar aquele personagem para trazer o ponto de vista dele com a maior transparência possível”.

“Foi intenso, mas eu sempre gostei de uma agenda intensa, não tenho problemas com isso. Benvolio foi algo divertido, ‘leve’, que me deu um descanso dos papéis anteriores”, completa.

Por fim, o ator revela ainda que planeja trazer a história do “Vampiro de Niterói” para os palcos brasileiros em breve, e reafirma sua predileção por personagens densos. “Eu prefiro drama, acho que já sou uma pessoa bem leve e de bom humor no dia a dia, e quando busco interpretar novos personagens eu gosto do desafio de personalidades bem diferentes”, finaliza.