O heptacampeão mundial Lewis Hamilton adotou um tom critico durante coletiva da etapa do GP da Arábia Saudita, nesta quinta-feira (2), que ocorre no próximo fim de semana. O piloto inglês admitiu certo desconforto por correr em um país que condena movimentos como o feminismo ou o LGBTQIA+.

“Não posso fingir que tenho mais conhecimento do que alguém que cresceu nessa comunidade e é fortemente afetada por certas regras e o regime. Eu me sinto confortável aqui? Eu não diria que me sinto, mas não é escolha minha estar aqui. O esporte escolheu isso. E se é certo ou errado, acredito que enquanto estivermos aqui, é importante promover conscientização”, comentou o britânico.

Conhecido por ser um país conservador e criminalizar a homossexualidade, a Arábia Saudita impõe restrições severas para atividades e a liberdade das mulheres.

A chegada do GP na Arábia Saudita pela primeira vez no calendário da F1 pode servir como artifício do governo local para tentar limpar a imagem do país frente à comunidade internacional.

“Algumas das mulheres aqui ainda estão na prisão por muitos e muitos anos porque dirigiram um carro. Há muitas mudanças que precisam acontecer e nosso esporte precisa fazer mais”, destacou Hamilton.

O britânico disse ainda que vai usar novamente o capacete com as cores do arco-íris em apoio ao movimento LGBTQIA+ em Jeddah e Abu Dhabi.

“Você viu o capacete que eu usei na última corrida. Vou usá-lo de novo aqui, e na próxima corrida (em Abu Dhabi), porque isso é um problema. Há mudanças que precisam ser feitas. Temos o dever de ajudar a aumentar a conscientização para questões relacionadas aos direitos humanos nesses países em que vamos”, ressaltou.

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