O grupo radical islâmico Hamas acusou nesta segunda-feira, 10, Israel de violar o acordo de cessar-fogo firmado para encerrar gradualmente a guerra em Gaza e informou que vai adiar a próxima libertação de reféns.
Abu Ubaida, porta-voz da ala militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, acusou as forças israelenses de violarem sistematicamente nas últimas três semanas a trégua entre as duas partes arduamente negociada com a intermediação do Egito, Catar e dos EUA .
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Os dois lados realizaram cinco trocas desde que o cessar-fogo entrou em vigor no mês passado, com a libertação de 21 reféns e mais de 730 prisioneiros. Estava prevista para o próximo sábado a libertação de mais três reféns israelenses em troca de centenas de palestinos detidos em Israel.
“A liderança da resistência monitorou de perto as violações do inimigo e suas falhas em manter os termos do acordo”, disse Abu Ubaida. “Isso inclui atrasos em permitir que os palestinos deslocados retornem ao norte da Faixa de Gaza, os alvejando com ataques aéreos e tiros em várias áreas do território e fracassando em facilitar a entrada de ajuda humanitária, conforme acordado.”
O cessar-fogo previsto para durar 42 dias começou em 19 de janeiro. Ambos os lados se acusam mutuamente de violar o acordo. Israel acusa o Hamas de não respeitar a ordem na qual os reféns seriam libertados e de orquestrar exibições públicas abusivas diante de grandes multidões antes de eles serem entregues à Cruz Vermelha.
Até o momento, 16 dos 33 reféns libertados voltaram para casa, além de cinco tailandeses que foram soltos de maneira não programada. Em troca, o governo israelense concedeu liberdade a centenas de palestinos, incluindo prisioneiros que cumpriam penas de prisão perpétua por ataques a Israel e outros detidos durante a guerra e mantidos sem acusação.
A opinião pública israelense ficou chocada com a aparência esquálida dos reféns Ohad Ben Ami, Eli Sharabi e Or Levy, libertados no último sábado, o que gerou novos entraves ao cumprimento do acordo.
A retomada das libertações de reféns, segundo Ubaida, vai depender do cumprimento por parte de Israel dos termos do acordo e de obrigações anteriores que, segundo o Hamas, não foram cumpridas nas últimas semanas