O Hamas anunciou, nesta sexta-feira (4), que está realizando consultas com outros movimentos palestinos sobre uma proposta de trégua com Israel em Gaza, após quase 21 meses de guerra.
O anúncio ocorre antes da visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington na segunda-feira, 7 de julho, em um momento em que os Estados Unidos pressionam pelo fim do conflito.
A guerra eclodiu após o ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.219 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Ao menos 57.130 palestinos morreram na ofensiva israelense em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, estatísticas consideradas confiáveis pela ONU.
“O movimento está realizando consultas com os líderes das forças e facções palestinas sobre a proposta” enviada pelos mediadores, afirmou o Hamas em um comunicado divulgado nesta sexta-feira.
Netanyahu prometeu na quinta-feira o retorno a Israel de todos os reféns mantidos em Gaza desde o ataque do Hamas, em meio à crescente pressão interna liderada pelas famílias dos sequestrados.
Os milicianos islamistas sequestraram 251 pessoas em Israel. O Exército israelense acredita que 49 permaneçam em Gaza, mas considera 27 delas mortas.
Em quase 21 meses de conflito, uma trégua inicial de uma semana em novembro de 2023 e outro cessar-fogo no início deste ano permitiram a libertação de reféns mantidos em Gaza, graças à mediação do Catar, Estados Unidos e Egito.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira que Israel aceitou as condições para a conclusão de um cessar-fogo de 60 dias e instou o Hamas a aceitar o acordo.
A Defesa Civil de Gaza informou nesta sexta-feira que 15 pessoas morreram em novos ataques israelenses.
O Exército israelense, procurado pela AFP, afirmou que não poderia comentar especificamente sobre os ataques sem coordenadas precisas, mas alegou estar “operando para desmantelar as capacidades militares do Hamas”.
As restrições à imprensa em Gaza e as dificuldades de acesso a diversos locais impedem que a AFP verifique de forma independente os números relatados pela Defesa Civil.
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