O movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, prometeu adotar medidas duras contra as pessoas que lançaram dois foguetes contra Israel, em um aparente esforço para pedir desculpas e atenuar a ameaça de confronto.

Aviões israelenses atacaram na quarta-feira a Faixa de Gaza em resposta aos disparos de foguetes, os primeiros registrados em várias semanas a partir do território palestino, algo que o próprio Hamas condenou.

Um palestino morreu nos ataques.

O Hamas tentou mais uma vez nesta quinta-feira distanciar-se dos lançamentos de foguetes. Na véspera, o movimento afirmou que rejeita “todas as tentativas irresponsáveis” de enfraquecer a mediação egípcia para uma trégua de longa duração entre israelenses e palestinos.

Israel responsabiliza o Hamas por tudo que acontece em Gaza, mas não descarta que elementos fora de controle do movimento possam ter disparado os foguetes.

Um comandante do Hamas, Bassem Naim, afirmou à AFP que uma investigação foi iniciada para identificar os autores dos ataques. Prometeu aplicar contra estas pessoas “medidas vigorosas” e expressou o desejo do movimento de “evitar uma escalada”.

Israel e Hamas protagonizaram três guerras desde 2008 neste território situado entre o Estado hebreu, o Egito e o Mediterrâneo. Desde o conflito de 2014, observam um cessar-fogo cada vez mais frágil.

Desde 30 de março, a Faixa de Gaza é cenário de uma ampla mobilização contra o bloqueio terrestre e marítimo israelense, em vigor há mais de 10 anos. As manifestações, geralmente violentas, acontecem perto das cercas de fronteira instaladas por Israel, estreitamente vigiadas.

Geralmente os insurgentes lançam foguetes contra Israel, enquanto os soldados israelenses atiram contra os manifestantes. Desde então, os militares do Estado hebreu mataram 207 palestinos. Um soldado israelense morreu nos confrontos.

Novas manifestações está previstas para sexta-feira.

Os protestos dos moradores de Gaza, com foguetes e balões incendiários lançados contra Israel, afetam seriamente os israelenses que moram perto da fronteira.

O Hamas pede a suspensão do bloqueio israelense que asfixia Gaza, afetada pelas guerras, a pobreza, falta de material básico e desemprego. Israel justifica a medida pela necessidade de conter o Hamas e acusa o movimento de planejar os protestos com fins “terroristas”.

ONU e Egito tentam há várias semanas ajudar a estabelecer uma trégua duradoura. Mas é difícil conciliar as posições.

Uma visita a Gaza do diretor do serviço de inteligência egípcio, Abas Kamel, prevista para esta quinta-feira, foi cancelada, supostamente por razões técnicas e pela vista do presidente egípcio Abdel Fattah Al Sisi à Rússia.

O gabinete de segurança de Israel se reuniu na quarta-feira à noite, mas não divulgou um comunicado.

Os integrantes do grupo, que assessora o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre questões delicadas, parecem ter recebido ordem para permanecer em silêncio.