O Hamas disse neste sábado (1º) que está disposto a avançar com “as etapas restantes” do acordo de cessar-fogo com Israel em Gaza, mas rejeita categoricamente a “presença de forças estrangeiras” no território palestino.
“Rejeitamos categoricamente a tentativa de impor qualquer projeto ou forma de administração não palestina ou a presença de qualquer força estrangeira no território da Faixa de Gaza”, escreveu o movimento islamista em uma mensagem à cúpula da Liga Árabe, que será realizada em 4 de março no Cairo.
O movimento, no entanto, afirma sua “vontade de concluir as etapas restantes do acordo de trégua, que deve levar a um cessar-fogo completo e permanente, à retirada completa das forças de ocupação da Faixa de Gaza, à reconstrução e ao levantamento do cerco”.
Nos últimos dias, o governo israelense reforçou sua determinação em manter as tropas israelenses dentro de Gaza, em uma área que faz fronteira com o Egito, mesmo após a conclusão de um possível cessar-fogo permanente.
Concluído após meses de esforços de mediação do Catar, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, o acordo de trégua entre Israel e Hamas entrou em vigor em 19 de janeiro, após mais de 15 meses de uma guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 ao território israelense.
Na primeira fase do acordo, o movimento islamista no poder em Gaza libertou 25 reféns e devolveu os corpos de outros oito a Israel em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos em instalações israelenses.
No entanto, esta primeira etapa termina neste sábado sem que o Hamas e Israel tenham chegado a qualquer acordo sobre os próximos passos do processo.
O Hamas continua se recusando a negociar qualquer coisa que não seja a implementação da segunda fase, que deve garantir o fim definitivo da guerra e a retirada israelense de Gaza, além da libertação dos cerca de 60 reféns que ainda estão em cativeiro.
Israel quer a libertação de mais reféns como parte de uma prorrogação da primeira fase.
O governo de Benjamin Netanyahu insiste em que se reserva o direito de retomar as hostilidades a qualquer momento para destruir o Hamas caso o grupo não entregue suas armas.