Acordo foi proposto em encontro entre militantes palestinos, Egito e Catar e envolve troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.Membros do Hamas anunciram nesta segunda-feira (18/08) que o grupo extremista concordou com uma proposta de cessar-fogo de 60 dias com Israel, que inclui a devolução de metade dos reféns mantidos em Gaza e a libertação por Israel de prisioneiros palestinos.
O acordo proposto veio após negociações entre o Hamas e autoridades do Egito e do Catar que têm ocorrido no Cairo nos últimos dias. Enquanto isso, no fim de semana, manifestantes tomaram várias ruas de Israel e fizeram greve geral contra a guerra e por um acordo para garantir a libertação dos reféns.
Dos 251 israelenses sequestrados em 7 de outubro de 2023, ainda há 50 reféns em Gaza – acredita-se que 20 deles estejam vivos.
Ainda não houve uma resposta do governo de Israel à proposta do Hamas.
Ampliação da ofensiva
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem sido pressionado por um acordo após anunciar uma ampliação da ofensiva em Gaza. Ele quer tomar o controle da cidade de Gaza, uma das áreas mais populosas do enclave, que Israel alega abrigar o principal foco do Hamas.
Os planos de Israel de evacuar os palestinos da cidade à força, em meio à pior fase da crise humanitária em Gaza até o momento, foi um dos motivos para a grande mobilização popular contra o governo deste fim de semana.
Na última rodada de negociações indiretas de cessar-fogo, Israel disse que concordaria em cessar as hostilidades se todos os reféns fossem libertados e o Hamas depusesse as armas. A última exigência foi rejeitada publicamente pelo grupo islâmico até que um Estado palestino seja estabelecido.
Palestinos em fuga
Na Cidade de Gaza, muitos palestinos também têm convocado protestos para exigir o fim de uma guerra que destruiu grande parte do território e para que o Hamas intensifique as negociações para evitar a ofensiva terrestre israelense.
Milhares de palestinos, temendo uma iminente invasão, já deixaram suas casas em várias áreas da cidade.
Como Israel já controla 75% de Gaza, familiares temem que expandir a ofensiva poderia colocar em risco os reféns ainda vivos.
sf (Reuters, AFP, ots)