Hamas diz que 100 mil crianças arriscam morrer de fome

ROMA, 26 JUL (ANSA) – O governo da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo fundamentalista Hamas, disse neste sábado (26) que 100 mil crianças de menos de dois anos de idade, incluindo 40 mil bebês recém-nascidos, arriscam morrer de fome no enclave.   

Citado pela emissora árabe Al Jazeera, o departamento de relações com a imprensa de Gaza denunciou um “iminente desastre humanitário sem precedentes” provocado por Israel, com “absoluta falta de leite e suplementos nutricionais para bebês”.   

“Estamos diante de um esperado e deliberado assassinato em massa que é cometido lentamente contra recém-nascidos, como resultado da política de fome e extermínio praticada pela ocupação israelense”, disse o órgão.   

A situação humanitária no enclave se agravou após o bloqueio à entrada de ajuda imposto por Israel desde o fim do cessar-fogo com o Hamas, em março passado.   

No fim de maio, o governo israelense autorizou uma entidade americana, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), liderada pelo pastor evangélico Johnnie Moore, apoiador do presidente dos EUA, Donald Trump, a entregar alimentos aos palestinos, porém, desde então, mais de mil pessoas foram assassinadas nos arredores de pontos de distribuição.   

Enquanto isso, apenas desde a última sexta-feira (25), cinco pessoas, incluindo, três crianças, morreram de fome em Gaza, segundo a Al Jazeera.   

O avanço da carestia aumentou a pressão para Israel interromper a guerra e fez o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciar que reconhecerá o Estado da Palestina, posição inédita entre as potências ocidentais.   

Israel já autorizou alguns países a lançar pacotes de ajuda humanitária a partir de aviões, tática definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como “cara e ineficiente”.   

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos da ONU, uma a cada três pessoas em Gaza permanece sem comer durante dias, e 90 mil mulheres e crianças precisam de tratamento urgente.   

Já a emissora israelense Kan publicou que o Exército destruiu “dezenas de milhares de ajudas humanitárias” com prazo de validade vencido, incluindo grandes quantidades de comida, após os itens não terem sido distribuídos a tempo. (ANSA).