Hamas declara fim da guerra e cessar-fogo permanente

Líder Khalil Al-Hayya diz que grupo recebeu garantias de mediadores dos Estados Unidos

REUTERS/Ebrahim Hajjaj
Edifício residencial evacuado, que abrigava deslocados palestinos, é atingido por ataque aéreo israelense, na cidade de Gaza, em 12/09/2025 Foto: REUTERS/Ebrahim Hajjaj

Após exatos dois anos e dois dias de guerra entre Israel e Palestina, chefe do grupo extremista Hamas declarou nesta quinta-feira, 9, o fim do conflito na faixa de Gaza e alegou um cessar-fogo permanente.

Em um pronunciamento, Al-Hayya declarou que o movimento, que está com uma delegação no Egito, recebeu garantias dos mediadores do conflito e dos Estados Unidos.

“Recebemos garantias dos mediadores fraternos e do governo americano de que a guerra está completamente encerrada”, declarou o líder do Hamas.

Al-Hayya acrescentou que ao menos 250 palestinos que cumprem penas de prisão perpétua em penitenciárias israelenses serão libertados como parte do acordo de paz, juntamente com 1,7 mil detidos durante os dois anos de hostilidades.

Paralelamente, é estimado que 48 israelenses ainda estejam sob poder do Hamas, dos quais apenas 20 estariam vivos. A expectativa é que os reféns que sobreviveram ao cativeiro sejam soltos de uma só vez, sem cerimônias de exposição por parte do movimento.

O anúncio acontece na sequência das negociações entre líderes árabes, israelenses e mediadores dos EUA, Catar e Turquia – que se reuniram nesta manhã com intenção de decretar fim do combate e combinar libertação dos reféns. A porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, informou que todas as partes assinaram, no Egito, a versão final desse acordo para a primeira fase do plano.

Segundo o acordo, os combates cessarão, Israel se retirará parcialmente de Gaza e o Hamas libertará todos os reféns restantes capturados no ataque que deflagrou a guerra, em troca de centenas de prisioneiros mantidos por Israel. As frotas de caminhões que transportam alimentos e ajuda médica poderão entrar em Gaza para socorrer os civis, milhares dos quais estão abrigados em barracas depois que as forças israelenses destruíram suas casas e reduziram cidades inteiras a pó.

Em dois anos de conflito, 67 mil palestinos foram mortos e, segundo dados do Exército de Israel, o IDF, cinco em cada seis deles eram civis.

*com informações da Ansa