O movimento islamita palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, mostrou-se favorável nesta sexta-feira à realização de eleições municipais e locais nos Territórios Palestinos, depois de ter boicotado as eleições de 2012.
A Autoridade Palestina, baseada na Cisjordânia e dirigida por Mahmud Abbas, havia fixado para 8 de outubro a realização de novas eleições.
As duas organizações mantêm uma relação tensa: a Autoridade Palestina acusa o Hamas de manter um poder paralelo em Gaza, enquanto a organização islamita acusa Abbas de desatender o enclave.
Em um comunicado, o Hamas afirma “considerar a realização de eleições locais na Cisjordânia e na Faixa de Gaza como necessária e importante, assim como a renovação das instituições pela vontade do povo expressada livremente através das urnas”.
“O Hamas trabalhará pelo êxito das eleições e facilitará sua realização no interesse do povo e da causa” palestina, prossegue o texto.
A organização islamita insiste na transparência e no “respeito aos resultados” das eleições.
O confronto entre os dois governos palestinos remonta a 2006, quando o Hamas foi privado de sua vitória nas primeiras eleições legislativas democráticas realizadas nos Territórios Palestinos.
No ano seguinte, a organização islamita tomou o poder à força na Faixa de Gaza, às custas de um confronto que quase se converteu em uma guerra civil com o Fatah, o partido do presidente Abbas.
Desde então, a Autoridade Palestina, baseada em Ramallah e implantada para governar os Territórios Palestinos à espera de um Estado independente, não tem competências sobre Gaza, separada da Cisjordânia pelo território israelense.
A comissão eleitoral celebrou o anúncio do Hamas e anunciou que seu chefe, Hana Nassar, viajará a Gaza com uma delegação no domingo.