Grupo anunciou que concorda em libertar todos os reféns e também em abrir mão do poder na Faixa de Gaza. Mas afirmou que alguns elementos do plano requerem novas negociações.O grupo islâmico palestino Hamas anunciou nesta sexta-feira (03/10) que aceita libertar todos os reféns israelenses sob os termos expressos no plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump.
O Hamas anunciou que, além da libertação dos reféns, aceita também abrir mão do poder na Faixa de Gaza. No entanto, afirmou que alguns outros elementos exigem novas negociações.
O grupo afirmou estar disposto a "libertar todos os prisioneiros israelenses – tanto os vivos, quanto os restos mortais – de acordo com a fórmula de troca delineada na proposta do presidente Trump".
Disposição para negociar
"O Hamas afirma sua prontidão para entrar imediatamente, por meio de mediadores, em negociações para discutir os detalhes", ressaltou.
A organização também "reitera sua aprovação em entregar a administração da Faixa de Gaza a um órgão palestino de
independentes (tecnocratas), com base no consenso nacional e com apoio árabe e islâmico".
Em relação às outras questões levantadas na proposta de Trump sobre o futuro de Gaza e os direitos fundamentais do povo palestino, "estas permanecem vinculadas a uma posição nacional coletiva, enraizada em leis e resoluções internacionais, a serem abordadas dentro de uma estrutura palestina unificada – na qual o Hamas participará e contribuirá com total responsabilidade", escreveu o grupo, que não fez menção na sua resposta a uma disposição de entregar suas armas, como prevê o plano de paz de Trump.
Ultimato de Trump
O anúncio foi divulgado horas depois que Trump lançou um ultimato, concedendo ao Hamas um prazo até o próximo domingo, às 18h no horário de Washington (19h em Brasília), para aceitar o plano de paz proposto por Washington para a Faixa de Gaza.
O presidente americano alertou que, caso contrário, "o inferno se abaterá como nunca antes" sobre o grupo islâmico palestino – que é considerado uma organização terrorista pela UE e os EUA, entre outros países.
Trump havia apresentado seu plano de paz inicialmente a líderes e autoridades de Egito, Indonésia, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia, Paquistão, Catar e Emirados Árabes Unidos, à margem da Assembleia Geral da ONU na semana passada.
Os mediadores Catar e Egito compartilharam o plano de 20 pontos com o Hamas na noite de segunda-feira, depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, compareceu ao lado de Trump na Casa Branca e endossou o documento, dizendo que ele atendia aos objetivos de guerra de Israel.
"Um acordo com o Hamas deve ser alcançado até as 18h. Todos os países assinaram o acordo! Se esse acordo de última chance não for alcançado, o inferno se abaterá, como ninguém jamais viu antes, sobre o Hamas", escreveu Trump na sua plataforma Truth Social.
O mandatário afirmou que a maioria dos combatentes do Hamas "está cercada e militarmente encurralada", esperando que ele dê a ordem para executá-los.
Trump pediu para que os habitantes das áreas onde os membros do Hamas estão localizados "deixem imediatamente essa zona de morte em potencial para áreas mais seguras em Gaza".
O líder republicano acrescentou, no entanto, que o Hamas tem "uma última chance" para aceitar o plano de Washington, que, segundo ele, já foi aceito pelas "grandes, poderosas e ricas nações do Oriente Médio".
Trump exigiu que o Hamas aceite o plano e "liberte todos os reféns, incluindo os corpos dos mortos, já".
Na terça-feira passada, Trump disse que o grupo tinha "três ou quatro dias" para responder.
O plano também prevê a desmilitarização da Faixa de Gaza e a possibilidade de negociação de um Estado palestino no futuro, algo que Netanyahu, no entanto, descartou.
md (EFE, AFP, Reuters, AP, DPA)