O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não quer crer que a eleição de 2026 foi antecipada, quando questionado sobre a possibilidade de que o Congresso tenha aprovado o decreto legislativo que derrubou as regras estabelecidas pelo governo em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiros (IOF) para este fim.
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“Eu não quero crer. Uma economia que está com a menor taxa de desemprego da história e está com inflação em queda, dólar em queda e mostrando resiliência, gerando emprego – a quem interessa estragar esse cenário? Só por razões eleitorais?”, comentou, em entrevista à GloboNews, enfatizando que isso seria estragar a relação que foi construída com o Congresso.
Ele afirmou que as medidas que o Ministério da Fazenda manda quase nunca voltam do Congresso como foram encaminhadas, mas que isso é parte da democracia. “Mas o Congresso fez a agenda andar a ponto de nós cumprirmos meta de superávit, de resultado primário, lei de diretrizes orçamentárias, reforma tributária”, acrescentando, enfatizando que “evidentemente, sem o Congresso nada disso seria possível”.
O titular da Fazenda acrescentou que não foi informado por participantes da reunião com Congresso sobre a razão da mudança de comportamento. “Eu disse, disse e repito: não fui informado. Nada.”
Haddad, afirmou ainda que dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) “há vozes dissonantes, e é normal que seja assim”.
Reafirmou que é ministro do presidente Lula e cumpre com as diretrizes estabelecidas por ele. “Com responsabilidade, eu sempre insisto em dizer, estamos fixando metas restritivas. Nós estamos nos autoimpondo metas restritivas e estamos alcançando”, disse.
O titular da Fazenda também reafirmou que o descontrole de gastos foi contratado pelo governo anterior, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.