O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que lutará até o último minuto para “impedir que o fascismo se instale no Brasil”, a cinco dias do segundo turno das eleições, que têm como favorito o candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Em uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro, Haddad também advertiu sobre o risco de uma “escalada armamentista” na América do Sul, caso Bolsonaro vença no próximo domingo, 28 de outubro, e decida se aliar aos Estados Unidos para derrubar o governo venezuelano de Nicolás Maduro.

“Até sábado estou na rua lutando pelo o que eu acho que é melhor para o Brasil (…), porque o outro projeto realmente dá medo, e quem conhece o entorno do Bolsonaro fica receoso do que vai acontecer”, declarou o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo.

“Nós vamos lutar pela democracia até o fim”, acrescentou o candidato do PT, que, no primeiro turno, obteve 29% dos votos, contra 46% de Bolsonaro.

“A força de um partido de centro esquerda que me colocou no segundo turno e a força dos democratas pode impedir que o fascismo se instale no Brasil”, continuou.

Haddad tenta mobilizar dirigentes de centro e centro esquerda reticentes em apoiar um candidato do PT, que tem sido identificado por grande parte da população com os casos de corrupção que levaram à prisão líderes de quase todos os partidos tradicionais, incluindo o seu líder histórico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão.

As últimas pesquisas mostram uma contundente vitória de Bolsonaro: 59% a 41%.

Haddad também advertiu do risco de uma “escalada armamentista” regional se o Brasil fechar fileiras com o presidente americano, Donald Trump, contra a Venezuela.

“Estou preocupado. Pode haver uma escalada armamentista na região”, afirmou, apontando que há 140 anos o Brasil não tem conflitos armados com seus vizinhos.

“O Brasil não tem uma visão imperialista. Sempre foi uma postura de cooperação com os vizinhos (…) Nós deveríamos estar pensando em como ajudar a Venezuela a sair da crise, e não pensar em tomar lado e derrubar governos”, assinalou.