O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo que seria inusitado dois representantes do governo votarem separadamente no Conselho Monetário Nacional (CMN). A entrevista foi gravada na última sexta-feira e divulgada nesta segunda-feira, 14. O CMN é composto também pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

“É muito difícil de acontecer de dois ministros do mesmo governo votarem separados. Sendo franco, seria muito inusitado que isso acontecesse. A relação do Planejamento com a Fazenda é diária e você vai afinando”, disse.

Em relação ao Banco Central, Haddad avalia que com a autonomia a relação ficou mais distante, mas reiterou que mesmo sem encontrar Campos Neto toda semana, o contato entre eles é frequente. “Nos falamos por telefone a todo momento. São conversas longas, de até duas horas”, disse.

Haddad reiterou que o voto de Campos Neto pelo corte de 0,5 ponto porcentual na Selic na última reunião do Copom não o surpreendeu, porque era imperativo a queda. “Os dados de arrecadação de junho eram péssimos. Estava claro que o PIB do primeiro trimestre tinha iludido algumas pessoas”, disse.