Hackers invadem sistema de clínicas de cirurgia plástica e vazam fotos de pacientes nus

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O vazamento foi identificado pela empresa ISH Tecnologia no dia 22 de abril Foto: AFP/Arquivos

Um grupo de hackers chamado Qiulong vazou fotos íntimas e outros dados de clientes de clínicas estéticas do Paraná e do Rio Grande do Sul. Os criminosos teriam invadido os sistemas dos estabelecimentos para obter prontuários médicos. A ação da organização foi identificada pela empresa ISH Tecnologia no dia 22 de abril.

Em contato com a IstoÉ, a ISH Tecnologia informou que a análise da empresa foi feita em um DLS (Dedicated Leak Site – Site Dedicado a Vazamentos – em tradução) de ransomwares, locais em que as vítimas são anunciadas. “Ainda não existem informações de como ocorreu o ataque, mas a ISH monitora as atividades do grupo, que segue mirando instituições de saúde”, afirmou a companhia.

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Uma das clínicas afetadas foi a de Lincoln Graça Neto, que fica em Curitiba. À IstoÉ, a advogada do médico, Isabela Maria Stoco, relatou, por meio de nota, que em dezembro de 2023, os computadores do estabelecimento foram alvo de um ataque hacker que buscou obter prontuários médicos de pacientes. Posteriormente, os criminosos passaram a extorquir o cirurgião plástico, solicitando um pagamento em criptomoedas.

“A extorsão ocorreu através de contas falsas no Instagram e de um e-mail de origem desconhecida, com hospedagem fora do País”, explicou o comunicado, esclarecendo que, até o momento, nenhuma das imagens íntimas pertencia a pacientes de Lincoln Graça Neto. “No mesmo dia do ocorrido, foi registrado um boletim de ocorrência junto a Polícia Civil do Estado do Paraná”, pontuou a advogada.

Ainda conforme a defesa do médico, todas as medidas cabíveis foram tomadas, inclusive com comunicação à ANPD (Autoridade Nacional da Proteção de Dados) e ao CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná). “A clínica médica contratou um perito para analisar se alguma informação sensível de pacientes foi publicizada pelos criminosos”, finalizou a nota de Isabela Maria Stoco.

Procurada, a Polícia Civil do Paraná afirmou à IstoÉ que um inquérito policial foi instaurado e diligências são realizadas. “Detalhes não serão concedidos pois a investigação corre sob sigilo”, pontuou a corporação.

A clínica de Andréa Rechia, que fica em Santa Maria (RS), cidade que fica a cerca de 290 quilômetros de Porto Alegre, também foi afetada pelo problema. Em contato com a IstoÉ, a defesa do consultório informou que as investigações estão em sigilo e, portanto, não poderia compartilhar mais informações, mas ressaltou que as medidas necessárias foram tomadas.

A SSP-RS (Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul) confirmou à IstoÉ que já recebeu as denúncias e está investigando o caso.

A clínica de Willian Segalin, que fica em Passo Fundo (RS), não respondeu até o momento de publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.