A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira, 28,  Walter Delgatti Netto, conhecido como o hacker da Vaza Jato. A informação foi confirmada pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, e pela cúpula da PF à jornalista Andréia Sadi, da GloboNews. 

Delgatti havia sido preso em 2019, durante a operação Spoofing, que desarticulou um grupo de hackers que havia tido acesso ao Telegram de autoridades. Em outubro de 2020 ele foi posto em liberdade e passou a cumprir a pena em regime aberto. 

De acordo com as informações, ele foi preso novamente após descumprir medidas judiciais. Em resposta a essa reportagem, a PF não confirmou a prisão. Moreira também foi procurado e não respondeu aos pedidos de entrevista até o momento. 

Mensagens vazadas anulou condenações da Lava Jato 

Delgatti foi o responsável pelo vazamento de mensagens que ficou conhecido como “Vaza Jato”.  As conversas indicavam um conluio entre o então juiz Sérgio Moro e o ex-procurador do Ministério Público Deltan Dallagnol para realizar prisões na Operação Lava-Jato. 

Em 2019, ele admitiu que acessou os celulares dos procuradores da Lava Jato, mas que não alterou o conteúdo e nem pediu dinheiro pelas mensagens. Elas acabaram sendo publicadas pelo site The Intercept Brasil em 2019.   

Após isso, Sérgio Moro teve 8 de 45 sentenças anuladas na operação, inclusive contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos casos do sítio de Atibaia e do triplex no Guarujá. 

Delgatti foi procurado por Bolsonaro em 2022

Durante as eleições de 2022, Delgatti afirmou que foi procurado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para falar sobre a seguranças das urnas eletrônicas. O blog da Sadi também apurou que ele disse no encontro que poderia hackear o celular do ministro do STF Alexandre de Moraes. 

Seu advogado afirmou que ele esteve com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A campanha de Bolsonaro não confirmou o encontro.