A um ano de ter que enfrentar uma nova campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer apostar na ideia de que o governo tem um lado, e lança na semana que vem uma nova campanha e um novo slogan, “Governo do Brasil: do lado do povo brasileiro”.
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A nova logomarca e as ideias da nova comunicação do governo foram apresentadas pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, durante a reunião ministerial nesta terça-feira. A intenção é reforçar o tom que o Planalto encontrou, e vem dando certo até agora, de um governo em defesa da Justiça Social, Justiça Tributária e, depois da onda de tarifas impostas pelo governo norte-americano, a defesa da soberania.
Desde o final do primeiro semestre, o governo obteve algumas vitórias, especialmente nas redes sociais, e conseguiu conquistar um espaço que vinha sendo dominado pela oposição. O primeiro foi conseguir emplacar a ideia de que, ao defender a redução do Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil ao mês e, do outro lado, propor uma taxação de quem ganha mais de R$1 milhão ao ano, estaria em busca de Justiça Social.
“A ideia é mostrar que esse é um governo que tem lado, que está do lado do povo brasileiro, da soberania, associando às políticas públicas”, disse uma fonte presente à reunião.
Ministros em campo
Em um momento em que parte dos partidos que, hoje, têm ministros na Esplanada — especialmente o PP e o União Brasil, que pretendem se unir em uma federação — começam a se preparar para estar na oposição nas eleições de 2026, os presentes foram cobrados a defender não apenas suas pastas e seus feitos, mas os números do mandato de Lula como um todo.
Ao encerrar a reunião, Lula voltou a falar da necessidade dos ministros defenderem o governo e mirou especificamente nos nomes de partidos do centrão. Apesar de dizer que não vê os nomes como grupos políticos e ter uma relação direta com cada um deles, disse que precisam saber defender o governo, mesmo em eventos de seus partidos, quando o governo é atacado.
“Todos os ministros precisam estar presentes na defesa do governo, do seu legado, não apenas de suas áreas“, disse a fonte, explicando a cobrança do presidente.
Ao iniciar a reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o foco da equipe agora deve ser nas entregas que o governo faz, na comparação com o governo de Jair Bolsonaro.
“É importante que possamos destacar as entregas, dando capilaridade a essa comunicação, seja com presença física, virtual ou entrevistas dos técnicos e ministros nos Estados. E naquilo que as pessoas mais conseguem entender, quando se compara como estava e como está”, disse Costa.