Questões que envolvem cor de pele e proibição de tratamento psicoterápico foram os principais motivos para que o príncipe Harry e a sua esposa, Meghan Markle, se desvinculassem da família real britânica. Isso ficou claro na entrevista que o casal concedeu à apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, uma das mais famosas em todo o mundo. A entrevista, que foi ao ar na semana passada pela emissora CBS, caiu feito uma bomba no Palácio de Buckingham. Até então, o silêncio de Harry e Meghan gerava uma série de especulações sobre as razões que os levaram a abandonar a realeza, mas nenhuma delas ousava sequer a resvalar no preconceito de cor. Foram tantas as versões que corriam, que eles decidiram falar e provocaram a maior audiência da televisão americana, obtida numa entrevista, nos últimos dez anos. Harry e Meghan explicaram que os problemas começaram quando ela ficou grávida (atualmente o garotinho, Archie, já está com quase dois anos de idade), porque o Palácio de Buckingham se negou a dar ao bebê o título de príncipe. O motivo é estarrecedor. “Havia preocupações e conversas sobre quão escura poderia ser a sua pele quando ele nascesse”, disse Meghan, que é filha de mãe negra e pai branco. Nenhum nome da família real foi citado claramente como sendo o grande preconceituoso. O casal diz não ter nenhum ressentimento da rainha Elizabeth II e que sempre foi tratado por ela com respeito e dignidade. A duquesa Meghan somente começou a compartilhar com o marido as insatisfações de sua vida no palácio quando percebeu que precisava cuidar de sua saúde mental e atendimentos psicológicos lhe foram negados. Ela revelou, para espanto da até experiente Oprah, que constantemente pensava em suicídio. Com a mão sempre entrelaçada com a da esposa, Harry pouco falou, mas confirmava, com a cabeça, as declarações de Meghan. No pouco que disse, no entanto, o príncipe foi objetivo e claro: temia ver a história se repetindo, relembrando os tristes momentos que sua mãe, a princesa Diana, suportou ao longo do convívio com a realeza.

A reação da rainha Elizabeth II

“As questões citadas na entrevista, particularmente as relacionadas à raça, são preocupantes. Serão levadas muito a sério e tratadas de maneira privada. Harry, Meghan e Archie sempre serão membros muito queridos da família”

EUA
Câmara aprova o pacote proposto por Joe Biden

VITÓRIA A deputada Nancy Pelosi e o senador Chuck Schumer (ao centro): festa dos democratas (Crédito:OLIVIER DOULIERY)

O pacote emergencial de US$ 1,9 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden para auxiliar os americanos que sofrem as consequências econômicas da pandemia foi aprovado, na semana passada, pela Câmara dos Deputados dos EUA. Essa ajuda corresponde à promessa de campanha de Biden. Trata-se de auxiliar diretamente as famílias famintas e desabrigadas, injetar recursos nos estados, nos negócios e na distribuição de vacinas contra Covid-19. Biden comemorou: “Os trabalhadores são a espinha dorsal desse país e o pacote lhes dá uma chance maior de lutar pela vida”. Em média, a maioria dos americanos receberá cheques de US$ 1,4 mil (cerca de R$ 8 mil). Biden prometeu que o auxílio chegará às mãos dos destinatários ainda em março.

LIVROS
Freud e um doente dos nervos

Divulgação

O relato que inspirou Sigmund Freud (foto) a aprofundar os seus essenciais estudos sobre a psique humana foi a autobiografia do juiz alemão Daniel Paul Schreber. Funcionou como o motor que Freud precisava para escrever o clássico ensaio “Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia”, lançado em 1911. “Todo o livro de Schereber é permeado pela amarga queixa de que Deus, habituado ao trato com os mortos, não compreende os vivos”, disse Freud à época. O relato de Schreber, intitulado “Memórias de um doente dos nervos”, já traduzido em diversos idiomas, é lançado agora no Brasil em edição da Todavia. Schreber se aprofunda em sua própria psique. Seus estudos são necessários para a compreensão do que conhecemos como razão e quais devem ser os seus limites.