Um outro fator que explica o aumento nas apreensões é o crescimento da produção de coca nos países vizinhos. De acordo com o representante no Brasil do escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC), Rafael Franzini, o patamar de produção alcançado atualmente é um “recorde histórico”. “Não se pode falar da situação do Brasil sem ser observado o contexto mundial. Nosso informe mostrou o aumento na produção de cocaína, que com certeza tem reflexo nas apreensões”, disse.

Nas estimativas do órgão, a área cultivável nos países vizinhos é capaz de produzir cerca de 1,4 mil toneladas anualmente. O representante fala ainda sobre a importância da capacidade da polícia em reprimir de forma qualificada a atuação das facções. “Essas organizações são empresas criminosas com atuação no mundo inteiro. As mais organizadas vão conseguir atuar de forma distinta e é importante que a polícia tenha o conhecimento dessas tendências para reagir melhor”, explicou Franzini.

Procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Márcio Christino classifica o aumento nas apreensões como “previsível”. “O corredor entre o produtor, o exportador e o consumidor final se solidificou há cerca de dois anos. O fluxo da droga, vinda da Bolívia, começou a aumentar e vai continuar aumentando, em razão do cartel que se formou, com protagonismo do PCC”, disse.


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