A Confederação Brasileira de Basketball (CBB) vai reeleger Guy Peixoto como presidente nesta sexta-feira. Após pedidos de impugnação dos dois lados e uma tentativa de evitar o pleito na Justiça por parte da Chapa Juntos pelo Basquete, encabeçada pelo presidente da Federação Paulista, Enyo Correia, o atual ocupante do cargo, da Chapa Transparência, tem o caminho livre para ser confirmado como vencedor, juntamente com Magic Paula, sua vice.

Na semana passada, a eleição ficou ameaçada de não ocorrer, quando Enyo conseguiu um parecer favorável no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A juíza Flavia de Almeida Viveiros de Castro, da 6.ª Vara Cível da Barra da Tijuca, suspendeu a assembleia eleitoral. A decisão, no entanto, foi revertida na última terça-feira. O desembargador Nagib Slaibi Filho, presidente da Sexta Câmara Cível e membro efetivo do Órgão Especial do TJ-RJ, determinou que o pleito deveria transcorrer normalmente.

Enyo decidiu entrar na Justiça após ter sua candidatura impugnada pelo Conselho de Administração da CBB e não ter tempo hábil para apelar ao Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA). A oposição ainda vai tentar barrar o pleito nesta sexta-feira, mas, caso não consiga, vai seguir o processo para tentar anular o que for decidido na eleição. “Repudiamos a condução do processo eleitoral. Fomos impedidos de participar da eleição de forma arbitrária”, afirmou o presidente da Federação Paulista ao Estadão. “Não vamos desistir. Defendemos um processo eleitoral isento, o que não aconteceu até o presente momento. É preciso uma administração imparcial e provisória determinada pela Justiça para que isso ocorra. A forma como nos alijaram da eleição mostra a parcialidade como tudo aconteceu.”

A polêmica nos bastidores começou com uma troca de pedidos de impugnação no Comitê Eleitoral. O presidente do órgão, Marcelo Jucá, no entanto, rejeitou ambos. A Chapa Transferência foi aprovada no passo seguinte no Conselho de Administração, sendo homologada, o que não aconteceu com a Chapa Juntos pelo Basquete.

“Não é o melhor dos caminhos. Mas, infelizmente, foi necessário. Nossa chapa não buscou isso, mas, após os pedidos de impugnação da Chapa Transparência, nos vimos obrigados a nos defender e buscar essa ação. Era o tempo de discutir propostas, como prometeram, e não trocar liminares. Mas, passou, vamos adiante, e vamos seguir reconstruindo o basquete brasileiro”, afirmou Guy Peixoto ao Estadão.

Desde o início o atual presidente era o favorito na eleição. No ato de registro, a Chapa Transparência apresentou declarações de apoio de um total de 46 membros do Colégio Eleitoral da CBB, enquanto a Chapa Juntos pelo Basquete apresentou declarações de apoio de seis membros.

O Colégio Eleitoral é formado pelas 27 federações filiadas à CBB, que têm peso dois na votação, além de 37 atletas, seis clubes da primeira divisão (três masculinos e três femininos), seis da segunda divisão (na mesma proporção) e dois técnicos. O valor total, considerando o peso, é de 105 pontos. O vencedor precisa somar 53.

Sem oposição, Guy Peixoto já sabe qual será sua demanda inicial no novo mandato. “Nosso primeiro passo é buscar patrocínios para a CBB. Temos diversas conversas adiantadas, algumas promessas, e temos a certeza que vamos avançar. Além disso, vamos seguir o trabalho de conseguir as certidões negativas da CBB após a aprovação da Lei 14.073, que nos dará essa possibilidade de organizar nossa dívida tributária para, assim, voltar a ter acesso a recursos públicos”, afirmou o presidente.