Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é colunista da revista Isto É. Começou a carreira jornalística em 1996. É graduado em Comunicação Social pela FACHA, do Rio de Janeiro, e pós-graduado em Ciência Política pela UnB. A partir de 2000, passou por ‘Jornal do Brasil’, ‘Agência Rio de Notícias’, ‘Correio do Brasil’, ‘Gazeta Mercantil’ e outros veículos. Assinou o Informe JB de 2007 a 2011, e também foi colunista da Gazeta. Entre 2009 e 2014 apresentou os programas ‘Frente a Frente’ e ‘Tribuna Independente’ (ao vivo) na REDEVIDA de Televisão, em rede, foi comentarista político do telejornal da Vida, na mesma emissora e foi comentarista da Rede Mais/Record TV em MG. Em 2011, lançou a ‘Coluna Esplanada’, reproduzida hoje em mais de 54 jornais de 25 capitais. Foi colunista dos portais ‘UOL’ e ‘iG’. Conta com equipe em Brasília, e correspondentes no Rio, Salvador e São Paulo. É também comentarista das rádios ‘Super TUPI’, do Rio, e 'Muriaé' FM. Assina a Coluna com equipe de Brasília, Rio e SP.

Gutierrez, ex-Americanas, pode fazer delação premiada

Miguel Gutierrez, da Americanas
Foto: Reprodução/YouTube

Fontes próximas ao Judiciário carioca especulam que Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas pelos últimos 20 anos e principal suspeito de liderar a fraude multibilionária da varejista, se prepara para negociar uma delação premiada. Ele viajou para a Espanha, onde tem casa, logo após o escândalo estourar na mídia, e não voltou mais. Mas mantém residência no Brasil.

E, pasmem, seu alvo não é o trio de bilionários acionistas da empresa. Sobre esses, o máximo que Guitierrez consegue provar, segundo apurou a Coluna, é que se envolviam com frequência no negócio da Americanas, mas sem nenhuma evidência de que participaram ou mesmo foram informados da fraude.

Pelo contrário, as supostas provas e depoimentos de Gutierrez ratificam para especialistas que entendem do caso que os acionistas que eram conselheiros exerciam seu dever fiduciário com diligência e afinco, tendo sido sistematicamente enganados pela antiga diretoria, que fraudou os controles internos existentes.

Mas o alvo de Gutierrez seria uma instituição bilionária, grande provedora de risco sacado para a Americanas por muitos anos. Gutierrez teria provas que diretores dessa instituição omitiram dolosamente as informações de risco sacado de suas cartas de circularização para cobrar juros abusivos (sem recolher IOF) da varejista e receber bônus multimilionários.

E, para piorar, o suposto envolvimento de assessores jurídicos desta instituição com Guitierrez, mesmo após o estouro da fraude, tornaria a delação ainda mais apimentada. Ele teria registros de interações com representantes dessa instituição, inclusive se coordenando para lavagem de dinheiro via offshores e com ações para atuação em conluio visando ludibriar as autoridades.

Em contato com a Coluna no início desta noite, a assessoria de Gutierrez enviou a seguinte nota: “A defesa de Miguel Gutierrez nega veementemente a informação sobre uma suposta negociação para delação premiada e repudia o número sem limite de alegações falsas e infundadas que circulam para distorcer a verdade sobre os fatos. Vale destacar que Miguel nega qualquer participação ou conhecimento de uma suposta fraude durante seu período de atuação na Americanas S.A e que todas as questões envolvendo o caso estão sendo endereçadas nos foros próprios”.

A Coluna informa que ouviu de diferentes fontes do mercado e jurídicas o publicado.