O meia alemão Ilkay Gundogan admitiu preocupação com a possibilidade de ser vaiado pela própria torcida durante a partida da seleção de seu país contra a França, na semana que vem pela Liga das Nações.

Após a desastrosa campanha da Alemanha na Copa do Mundo da Rússia, na qual a Mannschaft foi eliminada na fase de grupos quando defendia o título, o técnico Joachim Low anunciará nos próximos dias a convocação da seleção para o confronto contra a França, nova campeã mundial, em Munique no dia 6 de setembro. Três dias depois, o duelo será com o Peru em Sinsheim.

Gundogan, meia do Manchester City, torce para estar entre os convocados por Low, mas admitiu que teme a reação do público alemão, não só pelo mau resultado da Alemanha na Rússia, mas também pelo suposto desentendimento dentre da equipe, segundo a imprensa, entre jogadores de origem alemã e os de origem imigrante.

“Espero que seja uma boa-vinda com os braços abertos (…) Espero que não me vaiem, mas se há vaias contra mim no estádio… terei que assumir isso. Será um teste para mim”, declarou Gundogan.

Gundogan e o meia do Arsenal Mesut Ozil, ambos de origem turca, protagonizaram uma polêmica pouco antes da Copa do Mundo da Rússia ao aparecerem em fotos com o presidente Recep Tayyip Erdogan em plena campanha eleitoral na Turquia.

Gundogan deu ao presidente turco uma camisa do Manchester City com uma dedicatória: “Para meu presidente”. A frase provocou um grande debate na Alemanha sobre o compromisso dos jogadores de origem imigrante, que foram vaiados durante um amistoso de preparação para a Copa em junho contra a Arábia Saudita, e também sobre a integração dos imigrantes na sociedade alemã, críticas que “beiraram o racismo”, segundo o meia.

Gundogan admitiu que sofreu com as vaias que recebeu da própria torcida: “Após o jogo, me tranquei no banheiro. Estava irritado, decepcionado e triste. Mas sei que na vida é preciso passar por momentos difíceis”.

Após o Mundial, Ozil anunciou a aposentadoria da seleção alemã, um gesto que Gundogan não pretende imitar: “Sigo orgulhoso de jogar pela Alemanha. Se for chamado, não vejo nenhum motivo para não continuar”.

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