Guiné-Bissau tenta voltar à normalidade após 5º golpe de Estado

A vida voltava lentamente à normalidade nesta sexta-feira (28) na capital de Guiné-Bissau após o quinto golpe de Estado neste país da África Ocidental, ocorrido logo após as eleições presidenciais e legislativas.

O Exército nomeou o general Horta N’Tam, chefe do Estado-Maior, como novo líder do país para um período de transição de um ano após do golpe de quarta-feira.

A tomada do poder ocorreu apenas um dia antes do anúncio dos resultados provisórios das eleições de 23 de novembro.

Veículos e táxis circulavam pela avenida que liga o porto da capital costeira, Bissau, ao palácio presidencial, segundo correspondentes AFP. Algumas pessoas também caminhavam pela região.

A segurança foi flexibilizada em alguns pontos da capital, mas permanece intensa em áreas cruciais.

Os principais mercados da cidade voltaram a receber comerciantes e compradores. As lojas, restaurantes e pequenos comércios também reabriram as portas.

Localizada entre Senegal e Guiné, Guiné-Bissau já havia registrado quatro golpes de Estado e várias tentativas de tomada do poder desde a sua independência de Portugal, em 1974.

A pobreza extrema e o governo caótico transformaram o país em um terreno fértil para os traficantes de drogas da América Latina que levam cocaína para a Europa.

As fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, que foram completamente fechadas na quarta-feira, foram reabertas, segundo vários relatos.

O toque de recolher nacional foi suspenso e as novas autoridades ordenaram a reabertura imediata dos mercados, escolas e instituições privadas.

O presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, abandonou Guiné-Bissau e seguiu para o Senegal após o golpe.

O candidato opositor, Fernando Dias da Costa, disse à AFP que acreditava ter vencido as eleições de domingo e acusou Embaló, que também proclamou vitória, de ter “organizado” o golpe para impedir que ele assumisse o cargo.

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