SÃO PAULO, 28 JUN (ANSA) – Por Luciana Ribeiro – Duramente afetado pela pandemia de Covid-19, o setor de turismo na Itália começa a vislumbrar a possibilidade de retomada com o relaxamento das regras sanitárias no país e das restrições de viagem para estrangeiros.   

Com o início do verão no Hemisfério Norte, que vai até setembro, a Itália conta com um “passe verde” para viajantes da União Europeia vacinados, curados ou testados para a Covid-19 e com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre para atrair os turistas novamente.   

“Sabemos que, com o fim das aulas agora em julho, a tendência será de aumentar as viagens. Os italianos, em sua maioria, optam por viajar na Itália, e os europeus e americanos vão poder entrar, aí vai melhorar ainda mais”, disse à ANSA Deyse Ribeiro, guia brasileira e proprietária da agência Passeios na Toscana Reservas Turísticas.   

Segundo ela, a expectativa pela retomada do turismo é grande, apesar de o governo manter a proibição de entrada para viajantes que tenham transitado pelo Brasil nos 14 dias anteriores à chegada, a não ser em raras exceções.   

“Para os que trabalham com turismo para esse grupo, não há muita perspectiva de retomada ainda”, lembrou Ribeiro, acrescentando que, “com a entrada de europeus e americanos, já há previsão de um aumento considerável”.   

Há pouco mais de uma semana, o governo italiano autorizou o ingresso de turistas da UE, do Canadá, dos Estados Unidos e do Japão que se enquadrem nos requisitos do “certificado verde”.   

Ou seja: pessoas totalmente vacinadas ou que tenham tomado a primeira dose pelo menos 15 dias antes; curados da Covid-19 nos seis meses anteriores; e indivíduos que apresentarem teste PCR ou de antígeno negativo nas 48 horas anteriores.   

Para a guia Maria Arruda, também blogueira do “Viagem na Itália”, já “é possível ver alguns sinais de melhora, principalmente porque a estimativa é de que cerca de 8 milhões de italianos viajarão dentro da própria Itália neste verão”.   

“Com os dados recentes, que mostram uma queda constante no número de contágios e mortos, graças a uma campanha de vacinação eficaz em praticamente todo o país, desperta-se ainda mais o desejo de viajar entre as pessoas, apesar de que, segundo alguns analistas, só voltaremos ao nível pré-pandemia no mercado do turismo em 2023-2024”, explicou Arruda.   

De acordo com ela, a instituição de um certificado de viagem para vacinados, curados ou testados na UE, que entra em vigor oficialmente em 1º de julho, já tem provocado reflexos, com “milhares de reservas nas estruturas de hospedagem de norte a sul do país, principalmente nos destinos de praia e de montanha”.   

A blogueira acredita que o passaporte sanitário “é uma medida de extrema vantagem para incentivar o turismo europeu neste verão”.   

Já a guia turística Leda Pinheiro, credenciada em Roma, Florença e Vaticano, ressaltou que a medida é “uma luz no fim do túnel” e que a expectativa pela retomada do setor “é positiva”.   

“Depois desse longo período de tanta crise, nós estamos muito esperançosos que as coisas comecem a melhorar, principalmente agora com o certificado sanitário da União Europeia”, disse ela à ANSA.   

Segundo Pinheiro, porém, o turismo interno ainda tem prevalecido, uma vez que muitos italianos já começaram a circular entre regiões. Por sua vez, a acompanhante turística Ester de Almeida, da empresa Guia Roma, acredita que as coisas vão mudar a partir do dia 1º de julho, mas não para os guias que trabalham apenas com brasileiros.   

Apesar disso, ela “percebe a normalidade voltando, com o fim das restrições e a diminuição dos casos”. “A cada dia tenho esperança de que tudo vai voltar ao normal”, finalizou. (ANSA)