O mundo celebrou na terça-feira 4 o “Stars Wars Day”, singela homenagem terráquea à “Guerra nas Estrelas”. Chamar o universo criado por George Lucas de “filmes” é uma ficção reducionista: está mais para um universo em que o cinema é apenas uma de suas muitas plataformas. A data nasceu de um trocadilho em inglês com o lema dos guerreiros Jedi, “Que a Força esteja com você” (May the Force be With You), e o dia 4 de maio (May the Fourth). Mas não há nenhuma piada por trás disso: o assunto é tratado pela indústria — e pelos fãs — com muita seriedade.

Trata-se da franquia mais lucrativa da história, tendo gerado cerca de US$ 10 bilhões apenas com suas bilheterias. A história criada em 1978 também é fenômeno de licenciamento: um em cada cinco americanos já comprou algum produto “Star Wars”, tema que rende aproximadamente, por ano, mais de US$ 50 milhões em merchandising. Em 2012, os fãs entraram em pânico quando a Disney comprou por US$ 4,5 bilhões a Lucasfilm, empresa de Lucas. Os puristas acreditavam que a aquisição por uma corporação gigantesca seria a vitória do “império”, como são chamados os vilões liderados por Darth Vader. Ocorreu o contrário: o investimento maciço ampliou o público e a manutenção de Lucas como consultor criativo manteve a qualidade do conteúdo.

IMPÉRIO Darth Vader e o criador da saga, George Lucas: universo de personagens (Crédito:Divulgação)

O lançamento do streaming Disney+ abriu um mundo novo. Além de oferecer os nove filmes que compõem a espinha dorsal da saga, permitiu a produção de uma nova geração de “spin offs”, desdobramentos criativos da história que conquistam um público novo.

Animação

Não é de hoje que George Lucas é especialista no ramo da animação. A produtora Pixar, que ganhou o Oscar por “Soul”, nasceu de uma divisão da Lucasfilm comprada por Steve Jobs. Lucas lançou a série “Bad Batch – Lote Estragado” no “Stars Wars Day”. Conta a história de um esquadrão de soldados rebeldes que sofreram mutações genéticas. A trama é a sequência de outra animação, “A Guerra dos Clones”, de 2008. Entre os produtos derivados há ainda os filmes “Rogue One” (2016) e “Han Solo” (2018), que carregam o sufixo “Uma História Star Wars”, e a bem sucedida série “The Mandalorian”, vencedora de sete prêmios Grammy. Não importa o formato: “Guerra nas Estrelas” gera tanto dinheiro que os fãs podem ficar tranquilos — a força estará com eles por um bom tempo.