Os combates no Sudão entre o Exército e os paramilitares deslocaram “quase 8 milhões” de pessoas, lamentou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (31).

O “conflito brutal no Sudão” deixou “quase 8 milhões” de deslocados, disse Grandi, durante visita à Etiópia, fazendo um apelo por “ajuda urgente […] para responder às suas necessidades”.

“Ouvi histórias dilacerantes de perda de familiares, amigos, lares e meios de subsistência, mas, no meio dessa desesperança, também vi a determinação dos refugiados em seguir adiante, se tiverem apoio e oportunidade”, afirmou.

Em 21 de dezembro, um porta-voz da ONU afirmou que o conflito havia causado “a maior crise de deslocamento do mundo”.

Desde 15 de abril de 2023, o Exército do general Abdel Fattah al Burhan e as Forças de Apoio Rápido (FSR, paramilitares) do general Mohammed Hamdan Daglo, ex-número dois do regime militar, enfrentam-se em uma guerra.

Já são mais de 13.000 mortos nesses confrontos, de acordo com um balanço muito subestimado da ONG Armed Conflict Location & Event Data Project.

Desde abril de 2023, a Etiópia, um dos seis países vizinhos do Sudão, acolheu mais de 100.000 pessoas que fugiram dos combates, segundo a ONU. Eles se somam aos cerca de 50.000 refugiados sudaneses já presentes no país.

“Na semana passada, o número de novas chegadas ao Chade ultrapassou os 500.000 desde abril e, no Sudão do Sul, em média 1.500 pessoas atravessam o país diariamente”, acrescentou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados em um comunicado.

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