TEL AVIV, 16 JUN (ANSA) – Cerca de 250 pessoas já morreram em três dias de guerra entre Israel e Irã, conflito deflagrado na madrugada da última sexta-feira (13), após o país judeu disparar dezenas de mísseis contra alvos militares e nucleares na nação persa.
De acordo com boletim divulgado nesta segunda (16) pelo Ministério da Saúde iraniano, os bombardeios israelenses provocaram pelo menos 224 mortes e deixaram mais de mil feridos.
Já Israel reportou 24 óbitos e 592 pessoas feridas, sendo 10 em estado grave, desde o começo das hostilidades. Apenas na última madrugada, o Irã disparou 370 mísseis balísticos, dos quais cerca de 30 atingiram diretamente o território israelense, com saldo de oito mortes.
Um drone iraniano também foi abatido perto da residência privada do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, em Cesareia, a meio caminho entre Haifa e Tel Aviv.
Além disso, um edifício da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém sofreu danos leves devido às ondas de choque provocadas pelo bombardeio iraniano.
“O alcance da devastadora resposta do Irã aos ataques israelenses englobará todas as áreas dos territórios ocupados, e os moradores dessas áreas devem levar a sério as advertências para evacuar essas regiões”, disse o porta-voz das Forças Armadas do Irã, Reza Sayyad. “Saiam dos territórios palestinos ocupados”, reforçou.
Israel, por sua vez, voltou a bombardear a capital Teerã entre a noite de domingo (15) e a madrugada desta segunda, além de Qom, nos arredores da usina nuclear de Fordow, situada em uma área fortificada nos subterrâneos de uma montanha, e a planta de Natanz, coração do programa nacional de energia atômica.
As Forças de Defesa Israelenses (IDF) também alegam ter destruído pelo menos 120 rampas de lançamento de mísseis em solo iraniano, o que corresponderia a um terço daquelas à disposição no país persa.
“Quero esclarecer o óbvio: não há qualquer intenção de prejudicar fisicamente os habitantes de Teerã, como o ditador assassino [o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã] está fazendo com os moradores de Israel. Os habitantes de Teerã serão obrigados a pagar o preço da ditadura e a evacuar as próprias casas nas zonas em que será necessário atacar alvos do regime e infraestruturas de segurança”, disse o ministro israelense da Defesa, Israel Katz.
O regime iraniano, por sua vez, acusou Israel de bombardear um hospital em Kermanshah, no oeste do país, e de “continuar mirando os civis”.
Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) reportou que não foram verificados danos na usina nuclear de Natanz desde a última sexta-feira, mas apontou que quatro edifícios na planta de Isfahan foram danificados, incluindo um laboratório químico e uma estrutura de conversão de urânio.
“Temos direito de possuir energia nuclear pacífica, ninguém pode tirar esse direito da nação iraniana”, declarou o presidente Masoud Pezeshkian. “Com base nas políticas da revolução islâmica, o Irã não busca armas nucleares”, assegurou.
(ANSA).