Vinte e cinco países forneceram petróleo a Israel durante a guerra em Gaza, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira (13) pela ONG Oil Change International, que denuncia “conivência” com o que qualificou como “genocídio”.
O relatório, publicado no contexto da COP30 no Brasil, mostra que Azerbaijão e Cazaquistão forneceram 70% das entregas de petróleo bruto a Israel entre 1º de novembro de 2023 e 1º de outubro de 2025.
Rússia, Grécia e Estados Unidos são, por sua vez, os principais exportadores de produtos refinados de petróleo para esse país.
Os Estados Unidos são os únicos a fornecer JP-8, um combustível para aviões militares.
“Os Estados que forneceram combustível a Israel durante esse período o fizeram cientes de suas atrocidades”, afirma a Oil Change International, organização que defende a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.
“Sua conivência fica documentada aqui para que prestem contas. Esses Estados devem reconhecer seu papel nesse genocídio e cessar sua conivência”, acrescenta.
A ONG encarregou a empresa de pesquisa Data Desk de analisar os envios de petróleo, identificando 323 durante o período estudado, com um total de 21,2 milhões de toneladas.
O conflito começou em outubro de 2023 após um ataque do movimento islamista Hamas que causou a morte de 1.221 pessoas do lado israelense, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais.
Desde então, mais de 69 mil palestinos, principalmente civis, morreram na Faixa de Gaza em consequência da campanha militar israelense de represália, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujos números são considerados confiáveis pela ONU.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que as ações israelenses são ilegais, enquanto uma comissão da ONU concluiu que Israel cometeu um “genocídio” em Gaza.
Para Irene Pietropaoli, pesquisadora de direitos humanos e assuntos econômicos do Instituto Britânico de Direito Internacional e Comparado, os Estados são obrigados a respeitar a ordem provisória da CIJ que exige “prevenir e punir o genocídio”.
“Os Estados devem considerar que sua assistência militar ou de outro tipo a Israel pode expô-los ao risco de conivência em um genocídio, segundo a Convenção para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio”, afirmou em um comunicado de imprensa que acompanhava os números.
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