Cinco semanas depois da polêmica decisão do Campeonato Paulista, Corinthians e Palmeiras se reencontram neste domingo, às 16 horas, na Arena Corinthians, em São Paulo, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, envolvidos em rivalidade e com temor de confusão antes mesmo do pontapé inicial. A mal resolvida final de 8 de abril gerou briga nos tribunais, provocações nos bastidores e até atenção com a decoração do vestiário.

No último clássico, o Corinthians irritou o Palmeiras por ter alterado o vestiário de visitante do estádio Allianz Parque. Funcionários do clube alvinegro “enveloparam” o local ao colar painéis, adesivos e itens alvinegros sobre a decoração fixa, composta por pinturas relativas à história palmeirense. Perto dos armários, por exemplo, foi colada a faixa “Aqui é Corinthians”.

O Corinthians levou placas e banners nas medidas exatas para os respectivos espaços do vestiário. A diretoria do Palmeiras não encarou o fato como brincadeira e se irritou. Além de considerar um grande desrespeito, o clube diz que a ação danificou painéis e pinturas originais. O Estado questionou o time alvinegro sobre a ação no vestiário rival, mas não obteve resposta. Em suas redes sociais oficiais, inclusive, o Corinthians “celebrou” o fato e debochou do adversário.

Para este domingo, o temor corintiano é que o lado palmeirense tente “dar o troco”. Para isso, a segurança será reforçada. Contudo, evitar uma ação similar pode ser difícil, já que apenas funcionários do Palmeiras poderão ficar nos vestiários dos visitantes.

O time alviverde evita tratar o encontro como revanche, embora nos bastidores a diretoria esteja empenhada em brigar para anular a final do Estadual. O Palmeiras alega que uma interferência externa ilegal influenciou o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza a cancelar o pênalti marcado em Dudu.

O resultado do jogo deflagrou boicote à Federação Paulista de Futebol (FPF), com a recusa a participar de eventos, e um esforço intenso em tentar comprovar a irregularidade na decisão. A diretoria contratou os serviços da Kroll, empresa norte-americana especializada em investigação e encarregada de encontrar provas para embasar a reclamação. Na última semana, o clube acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), pois no âmbito estadual o processo acabou arquivado.

O Corinthians se manteve afastado da polêmica, porém o presidente do clube, Andrés Sanchez, ironizou semanas atrás o empenho do rival em tentar anular a partida. “Se eu fosse presidente do Palmeiras, eu iria para a Justiça comum e até para Federal. O ‘chororô’ é livre e quem perde chora. Mas manda ele fazer um futebol melhor”.

Já para o presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, a guerra declarada é contra a FPF. Para comprovar a interferência externa no jogo, ele promete transformar o dérbi paulistano em uma briga internacional. “O caso é claro, evidente, tem muitas provas. É só existir boa vontade. Se for o caso, o Palmeiras pode, sim, levar o assunto até à Fifa”, disse à FOX Sports.