PEQUIM, 4 ABR (ANSA) – A “guerra comercial” entre os Estados Unidos e a China está cada vez mais intensa, principalmente pelos aumento de taxas similares sobre os produtos importados de ambos os países.   

Ontem (3), em um novo ataque no conflito comercial com Pequim, o governo de Trump publicou uma lista de produtos chineses cujas importações devem ser tarifadas em até US$50 bilhões.   

Entre os principais produtos da lista, que ainda precisa ser finalizada, estão os eletrônicos, peças aeronáuticas, medicamentos, maquinários, e outros bens.   

Segundo o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, “a lista proposta de produtos é baseada em uma análise econômica extensa entre agências e mirara produtos que se beneficiam dos planos industriais da China enquanto minimiza o impacto sobre a economia dos EUA”. Como resposta, a China anunciou nesta quarta-feira (4) que vai adotar tarifas de 25% para a soja, pequenos aviões, carros e outros produtos norte-americanos pelo mesmo valor imposto por Trump.   

Aa data da aplicação da medida ainda não foi anunciada, mas afetará uma lista de 106 produtos como carne, uísque, produtos químicos ou cigarros, entre ouros.   

O Ministério do Comércio chinês afirmou que a administração norte-americana tem “um comportamento totalmente infundado, tipicamente unilaterista e protecionista, ao qual a China se opõe condena firmemente”.   

“Qualquer tentativa de colocar a China de joelhos com ameaças e intimidações nunca terá êxito.Tampouco terá êxito desta vez”, explicou o porta-voz chinês Geng Shuang.   

A polêmica questão das tarifas será discutida na Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente porque “não há vencedores em uma guerra comercial e quem a inicia provoca danos a si mesmo e aos demais”, completou Shuang.   

A medida ocorre três dias depois da China impor tarifas de US$3 bilhões sobre as exportações norte-americanas e depois dos EUA sobretaxar o aço e o alumínio, uma decisão que é tida como represália ao que Washington considera a transferência forçada de tecnologia norte-americana às empresas chinesas.   

Hoje,Trump negou que os EUA esteja em guerra comercial com a China. “Não estamos em uma guerra comercial com a China, essa guerra foi perdida há muitos anos pelas pessoas tolas, ou incompetentes, que representavam os EUA”, escreveu no Twitter.   

No entanto, voltou a citar o colossal déficit comercial do país com os chineses. “Temos um déficit comercial de US$ 500 bilhões por ano, com roubo de propriedade intelectual de outros US$ 300 bilhões. Nós não podemos deixar isso continuar”, acrescentou.   

(ANSA)