O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu-se nesta terça-feira de deputados que o acusaram de evitar comparecer à Câmara para prestar esclarecimentos sobre seus investimentos no exterior. “Eu reafirmo a minha disponibilidade de sempre vir aqui para as convocações ou convites, não sei exatamente a diferença, porque isso é negociado pelas lideranças do governo”, afirmou.

Guedes participa de audiência com as comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para prestar esclarecimentos a respeito dos seus investimentos no exterior por meio de offshore. Essa é a terceira data agendada pelos colegiados para ouvir o ministro – desta vez, como foi convocado, ele era obrigado a comparecer.

O ministro da Economia disse que a alteração do valor de declaração obrigatória de investimentos no exterior pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) não mostra conflito de interesses da sua parte, já que a sua empresa offshore se encontra acima do novo patamar. “Se eu estou passando de US$ 100 mil para US$ 1 milhão e a minha offshore tem mais do que isso, em nenhum momento eu estou me fazendo nenhum favor”, comentou.

O CMN elevou o limite mínimo para declaração de investimentos externos de pessoas físicas ou empresas ao Banco Central de US$ 100 mil para US$ 1 milhão. Como ministro da Economia, Guedes preside o conselho.

Em outubro, a revista Piauí e o site Poder360 revelaram a existência de empresas offshore em nome de Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As informações fazem parte da investigação dos Pandora Papers, coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

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