Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que seguirá no cargo em eventual reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

“Eu tenho que dizer sempre que sim (ao ser perguntado se vou continuar no cargo em eventual reeleição). O que vou dizer? Vou jogar a vitória para o outro lado, dizer que vou sair, sou liberal e estou decepcionado? Não existe isso, é uma aliança entre liberais e conservadores, vamos seguindo, estamos juntos, sou incansável quando eu acredito no que tem que ser feito”, disse.

Em evento da gestora Tag Investimentos, Guedes ainda defendeu que a reforma tributária seja aprovada logo após as eleições, voltando a colocar a criação de um imposto sobre dividendos como fonte de financiamento para o programa Auxílio Brasil e uma correção da tabela do Imposto de Renda da pessoa física.

Segundo ele, a tributação sobre a distribuição de dividendos renderia ao governo uma receita anual de aproximadamente 70 bilhões de reais, valor suficiente para pagar 52 bilhões de reais para o Auxílio Brasil e ainda corrigir a tabela do IR com 17 bilhões de reais.

Sobre os gastos liberados por fora do teto para repasses sociais, Guedes disse que ninguém conseguiria manter a regra fiscal durante uma guerra e ponderou que todas as despesas emergenciais feitas neste ano estão cobertas por receitas extraordinárias, não prejudicando as contas públicas.

Ao acrescentar que todos os Estados e municípios estão no azul, o ministro disse não acreditar que repentinamente prefeitos e governadores fizeram uma gestão extraordinária. Ele atribuiu o cenário positivo nos governos regionais a medidas do governo federal como ampliação de repasses de verba e congelamento de salários de servidores.

No evento, Guedes ainda afirmou que a finalização do acordo entre Mercosul e União Europeia tem chance de ocorrer até o final deste ano porque os europeus estariam percebendo a importância do Brasil.

A Reuters revelou nesta semana que representantes da União Europeia buscaram o governo brasileiro com o objetivo de avançar nas negociações sobre o acordo após longo períodos de tratativas paralisadas.

O ministro também disse acreditar que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá mais do que 2,5% neste ano. A atual projeção oficial do governo está em 2%.

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