O presidente da Guatemala, Jimmy Morales, pediu nesta terça-feira a união da América Central para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, cujos efeitos, como a insegurança alimentar e os desastres naturais, afetam principalmente a população mais pobre.

“Não esqueçamos que a América Central tem uma localização demográfica estratégica, mas ao mesmo tempo compartilhamos condições de vulnerabilidade, adaptação ambiental, gestão de risco e mitigação de desastres naturais”, disse Morales ao abrir o fórum Meio Ambiente, Mudanças Climáticas, Segurança Alimentar e Nutricional.

O evento foi convocado pelo Parlamento Centro-americano (Parlacen), o fórum político regional cujas resoluções não são vinculantes.

As mudanças climáticas são “um desafio da região, e hoje estamos aqui reunidos sob um compromisso estratégico de integração para estes temas específicos”, acrescentou o presidente.

Para Morales, as mudanças climáticas são “a maior ameaça social e econômica que a humanidade enfrenta” atualmente.

O presidente lamentou que a segurança alimentar é uma “emergência permanente” para a Guatemala.

“Não é possível que haja 52% de crianças guatemaltecas com desnutrição crônica, não é justo. É um pesadelo que deve nos afligir e tirar o sono”, afirmou.

Ante o problema, disse Morales, seu governo propôs diminuir em 10% a desnutrição crônica infantil nos próximos quatro anos.

“Se conseguirmos fazer isso de forma contínua, em 20 anos teremos os níveis de outros países da América Central e da América Latina, que é de 5%”, acrescentou.

O presidente do Parlacen, o nicaraguense José Antonio Alvarado, afirmou que a América Central é a “sub-região tropical mais vulnerável do planeta”.

“Uma coisa tem que estar clara: a América Central está no fio da navalha. Transita entre a mitigação e os desastres, entre a sobrevivência e o caos, entre o inevitável e o sustentável”, completou Alvarado.

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