A Guatemala completou, no domingo (9), sete dias de protestos, enquanto organizações camponesas anunciaram uma “paralisação por tempo indeterminado” para exigir a demissão da procuradora-geral, Consuelo Porras, a quem acusam de tramar um “golpe de Estado” contra o presidente eleito, Bernardo Arévalo.

“Em consenso, decidimos fortalecer as ações de protesto na paralisação nacional por tempo indeterminado em todos os territórios da Guatemala”, afirmou o Comitê de Desenvolvimento Camponês (Codeca), na rede social X, antigo Twitter.

A Codeca, organização que também reúne indígenas, anunciou que participará do fechamento de estradas em 52 pontos de todos os departamentos do país.

Em diferentes zonas da Guatemala, o bloqueio de estradas foi mantido para exigir a saída de Porras, do promotor Rafael Curruchiche e do juiz Fredy Orellana, que lideraram incursões questionadas ao tribunal eleitoral e à sede do partido de Arévalo, o Semilla.

Temendo uma intensificação dos protestos, os guatemaltecos lotaram os supermercados no domingo e esvaziaram suas prateleiras.

Em um comunicado na rede social X, a Associação das Companhias Aéreas da Guatemala (AGLA) detalhou que os fornecedores de combustível de aviação os “informaram” sobre os impactos na cadeia de abastecimento.

O deficiente abastecimento de combustível, segundo a AGLA, “coloca em sério risco a continuidade das operações das companhias aéreas de passageiros e carga”.

No sábado, a Corte Constitucional da Guatemala (CC) tentou, sem sucesso, reprimir os protestos com uma resolução que ordenava garantir a posse de Arévalo, após as eleições gerais disputadas em primeiro e segundo turnos, em junho e agosto deste ano, respectivamente.

Desde a vitória de Arévalo, a procuradora-geral Porras promoveu diversas ações judiciais para impedi-lo de assumir o poder em 14 de janeiro.

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