O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recebeu até essa terça-feira, 15, imagens de apenas seis das 15 ocorrências que terminaram com morte durante a Operação Escudo, deflagrada pela Polícia Militar no Guarujá a partir da morte de um agente da Rota. Até o início da terça, 16 pessoas haviam morrido em meio à operação – houve duas mortes em uma das ações dos policiais. No fim do dia, a PM informou que outros dois suspeitos foram mortos.

O MP-SP montou uma força-tarefa para investigar a operação, e segundo o procurador-geral de Justiça do Estado, Mario Sarrubbo, chama atenção a pouca quantidade de imagens disponibilizadas pela PM. “Um aspecto que salta aos olhos é o tamanho dessa operação e o número muito pequeno de câmeras corporais nos policiais militares”, disse Sarrubbo, à TV Globo.

Ao todo, a força-tarefa está de posse de 50 horas de gravações, oriundas de câmeras de 24 policiais. Mas nem todas elas foram úteis: das seis ocorrências com morte, em três há confirmação de confronto entre policiais e criminosos; em duas as câmeras não captaram as imagens com a qualidade que deveriam, ou estavam sem o som; e em uma das ocorrências as imagens não são relevantes para a investigação sobre as mortes.

“Nós estamos trocando as informações, estamos pedindo as explicações à Secretaria de Segurança Pública e tudo isso será investigado pelo Gaesp”, afirmou o procurador-geral, citando o Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública do MPSP. O Estadão pediu posicionamento à Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas não houve retorno até a publicação deste texto.

A Operação Escudo foi uma reação da PM à morte, em 27 de julho, do soldado da Polícia Militar Patrick Bastos Reis, pertencente à Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que foi baleado e morto no Guarujá. Segundo a SSP, ele foi atingido quando fazia patrulhamento em uma comunidade.