O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse nesta quinta-feira, 22, que ainda é possível fazer um ajuste fiscal gradual na economia, mas ele depende inteiramente de reformas como a da Previdência e outras medidas que podem reduzir gastos, como a rediscussão do abono salarial, o ajuste salarial do Judiciário, entre outros.

“Temos hoje o mecanismo do teto de gastos, que traz um ajuste gradual. Se for abandonado o teto, não teremos credibilidade em insistir na estratégia de ajuste gradual e teremos que subir impostos”, avaliou Guardia, que participa de evento do Macro Day BTG Pactual sobre Perspectivas e Cenário Macroeconômico 2019, em São Paulo. “Nosso problema não é falta de receita, pelo contrário, temos uma carga tributária alta e um gasto que não para de crescer. Cresceu 6% ao ano de 1991 e 2017”, comentou.

Reservas

Guardia também comentou a proposta, ventilada pelo economista Paulo Guedes durante a campanha, de venda de parte das reservas cambiais. O ministro admitiu que, pela metodologia do FMI, o nível das reservas é maior que o necessário, mas salientou que o custo de carregamento das reservas foi favorável ao governo nesse período. “O Brasil é um País complexo e vimos nessa crise como foi bom ter um colchão grande. Foi um seguro barato”, comentou. “Essa é uma discussão que podemos ter quando essa crise acabar, o fiscal estiver em ordem.”

O economista disse ainda que participou do governo “com data de validade” e que deve voltar à iniciativa privada assim que terminar o ano.

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