Três integrantes da Guarda Civil Municipal de Indaiatuba, no interior de São Paulo, foram presos nesta quinta-feira, 25, acusados de torturar pessoas suspeitas da prática de crimes.

Um quarto GM teve o mandado de prisão expedido, mas fugiu e está sendo procurado. A operação da Polícia Civil investiga também crimes de abuso de poder praticados pelos agentes. A prefeitura informou que abriu sindicância para acompanhar o caso e que dois dos guardas investigados já estavam afastados das funções a pedido do Ministério Público.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e prisão, os policiais encontraram uma pistola calibre 380, dois simulacros de arma e R$ 23 mil em dinheiro na casa de um dos investigados. Conforme o delegado Luis Fernando Dias de Oliveira, a suspeita é de que o dinheiro seja produto de corrupção. Na casa do GCM que está foragido foram apreendidas porções de entorpecentes. Conforme o delegado, ele será investigado por tráfico de drogas.

A investigação, iniciada após denúncias de famílias das vítimas, apurou que os guardas agrediam de forma continuada e violenta suspeitos de crimes antes de fazer o encaminhamento às polícias estaduais. Os GCMs tiveram as conversas telefônicas monitoradas durante dois meses com autorização judicial. Durante esse período, os agentes foram à procura dos supostos criminosos e testemunhas para constrangê-los, mediante ameaça, a mudar os depoimentos em inquéritos policiais e judiciais.

A Secretaria de Segurança Pública de Indaiatuba, a qual a GCM está afeta, informou em nota que foi notificada da operação realizada pela Polícia Civil. Ressaltou, no entanto, que dois dos quatro GCMs já estavam afastados da corporação a pedido do Ministério Público. “Um procedimento administrativo foi aberto para acompanhar, analisar o caso e determinar as medidas cabíveis. A Secretaria se coloca à disposição para contribuir com as investigações e reforça seu compromisso com a ética, transparência e respeito, buscando uma atuação focada no bem estar do cidadão”, afirmou.

STF

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No mês passado, um GCM de Indaiatuba foi alvo de investigação por suspeita de ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão de um computador particular na casa do agente, que não teve o nome divulgado. Na ocasião, o comando da GCM informou que repudia qualquer tipo de ofensa ou fake news. A Guarda Civil de Indaiatuba foi fundada em 1983 e conta com 266 guardas.


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