Guarda Suíça investiga suposto incidente antissemita no Vaticano

A Guarda Suíça Pontifícia, corpo militar responsável pela proteção do papa, iniciou uma investigação após um incidente no qual um de seus membros foi acusado de um ato antissemita, anunciou o Vaticano nesta segunda-feira (10).

A Guarda Suíça “foi informada de um incidente ocorrido em uma das entradas do Estado da Cidade do Vaticano, no qual foram detectados elementos que poderiam ser interpretados como tendo conotações antissemitas”, disse, em um comunicado, o diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

“De acordo com as primeiras conclusões, o relato se refere a uma discussão relacionada a um pedido de fotografia no posto da guarda. Uma investigação interna está em andamento”, acrescentou.

Em uma entrevista publicada pela agência de notícias católica austríaca Kathpress na semana passada, a escritora israelense Michal Govrin afirmou ter sido insultada por um guarda enquanto estava com uma amiga na Praça de São Pedro em 29 de outubro.

O guarda “assobiou abertamente para nós com profundo desprezo” e gritou “les juifs” (os judeus, em francês), declarou ela.

Quando as duas mulheres o confrontaram, “ele fingiu cuspir em nossa direção com evidente desprezo”, acrescentou.

Govrin informou ter reclamado imediatamente com os superiores do guarda, que se desculparam e prometeram investigar o incidente.

A Guarda Suíça “reafirma seu compromisso constante de cumprir sua missão, respeitando a dignidade de cada pessoa e os princípios fundamentais da igualdade e da não discriminação”, afirmou.

Fundada em 1506 pelo papa Júlio II, a Guarda Suíça é composta por jovens cidadãos suíços que se comprometem a proteger o papa por pelo menos 26 meses. Seus sentinelas, trajando o famoso uniforme listrado em azul, amarelo e vermelho, ficam posicionados em diversos pontos de acesso ao Vaticano.

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