O líder da oposição Juan Guaidó propôs formar um “governo de emergência” na Venezuela que reunisse representantes de “todos os setores” para conter o avanço do novo coronavírus.

O plano “inclui medidas urgentes como insumo para nossos médicos, enfermeiros e hospitais”, disse Guaidó na noite de sábado em uma transmissão de vídeo em suas redes sociais.

“Este governo de emergência, por razões óbvias, não pode ser liderado por alguém acusado de tráfico de drogas, mas também não pode ser um governo composto apenas pelas forças que representamos”, disse Guaidó, referindo-se às acusações de “narcoterrorismo” lançadas pelos Estados Unidos contra o presidente Nicolás Maduro e vários de seus colaboradores.

Na quinta-feira, Washington ofereceu US$ 15 milhões por informações que permitiriam a prisão de Maduro e definir outras recompensas para outros funcionários e ex-funcionários do Chavismo.

“Especificamente, planejamos instalar um governo nacional de emergência que inclua todos os setores políticos do país”, disse Guaidó, reconhecido como presidente interino por cinquenta países, com os Estados Unidos na linha de frente.

O governo Donald Trump também impôs uma bateria de sanções contra a Venezuela que, somadas a uma economia devastada e o colapso dos preços do petróleo, reduziram ao mínimo a receita da antiga potência do petróleo.

Guaidó indicou que o “plano inclui a necessidade de solicitar US$ 1,2 bilhão de organizações financeiras internacionais” para “prevenir milhares de mortes”.

O chefe do parlamento não esclareceu qual seria o mecanismo para a aplicação do “governo de emergência”.

Maduro, que ordenou uma quarentena para impedir a propagação do novo coronavírus, que soma 119 diagnósticos positivos e duas mortes até o momento, continua sob o controle do país, apesar das sanções.