BOGOTÁ, 23 FEV (ANSA) – O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, deu início neste sábado (23) à operação de entrega de ajuda humanitária a partir da cidade de Cúcuta, do lado colombiano da fronteira.

Falando em frente a um comboio de caminhões, Guaidó disse que a iniciativa é “pacífica, multilateral e humanitária”. “A ajuda humanitária vai a caminho da Venezuela de forma pacífica, para salvar vidas”, declarou, ao lado dos presidentes Iván Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo Benítez (Paraguai).

Em seu pronunciamento, Guaidó também voltou a prometer anistia para militares que abandonarem o regime de Nicolás Maduro e fez um chamado para os chavistas se unirem a ele. Em seguida, cerca de 10 caminhões seguiram em direção à ponte Las Tienditas, que liga os dois países.

Já na fronteira brasileira, dois caminhões com ajuda humanitária esperam obter autorização para ingressar no país vizinho. Tanto a divisa com o Brasil como a da Colômbia estão fechadas por ordem de Maduro.

Em função do impasse, já houve confusão em pelo menos dois pontos da fronteira venezuelana. Na ponte Simón Bolívar, um grupo removeu as barreiras colocadas pelo regime e as atirou no Rio Táchira. Em seguida, as forças de segurança dispersaram cerca de 200 pessoas que tentavam entrar na Colômbia com gás lacrimogêneo.

Jovens ainda desafiaram os membros da Guarda Nacional cantando o hino venezuelano. Já em Ureña, cidade situada no estado de Táchira, manifestantes tentaram se aproximar da ponte que leva até Cúcuta e montaram uma barricada para interromper o avanço das forças de ordem.

Os policiais responderam com balas de borracha e gás lacrimogêneo e conseguiram dispersar o ato. Segundo Guaidó, “diversos membros” da Guarda Nacional em serviço na ponte Simón Bolívar desertaram para se unir à oposição.

Por sua vez, a emissora chavista Telesur afirmou que trata-se de “terroristas infiltrados que sequestraram blindados e tentaram atropelar pessoas na ponte”. “É uma operação dirigida por opositores do lado colombiano da fronteira”, disse o canal.

(ANSA)