O governo da Colômbia reconheceu nesta quinta-feira (14) um aumento no número de membros dos principais grupos armados do país, apesar das negociações de paz que iniciou com alguns deles no final de 2022.

Na quarta-feira, o portal La Silla Vacía publicou um artigo que relata um crescimento de 11% no número de combatentes da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) e dois grupos que se afastaram do acordo de paz de 2016 com os rebeldes das Farc, conhecidos como Estado-Maior Central (EMC) e Segunda Marquetalia.

O artigo, que cita um documento confidencial do governo, também menciona que a organização narcotraficante Clã do Golfo está se fortalecendo.

Questionado sobre esse relatório, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, admitiu à imprensa que “houve um aumento” no número de membros do ELN, do EMC e do Clã.

A oposição considera que o Executivo é indulgente com os grupos armados e o responsabiliza pela deterioração da ordem pública.

Exceto pelo Clã, essas organizações concordaram com tréguas com o governo como parte das negociações de paz.

Velásquez se absteve de fornecer um número, mas de acordo com o Silla Vacía, todos os grupos armados somavam 16.770 combatentes em 2023, em comparação com cerca de 15.120 no ano anterior.

O presidente Gustavo Petro tem como objetivo acabar com o conflito armado de seis décadas na Colômbia por meio do diálogo, mas as conversas de paz avançam em meio a turbulências.

A trégua com os dissidentes do EMC foi suspensa por vários meses em meados de 2023. Por outro lado, o cessar de hostilidades com o ELN foi violado várias vezes pelos rebeldes, que também acusam as forças públicas de agressões.

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