Grupo xamânico é acusado de usar veneno de sapo em sessões; local diz que aplicou em situação ‘eventual’

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Foto: Reprodução/Redes sociais

O grupo Xamanismo Sete Raios, no distrito de Campo Belo, em São Paulo, foi denunciado por integrantes após terem participado de rituais nos quais teriam sido submetidos a sessões com o veneno de um sapo conhecido como Bufo alvarius. O local afirmou que usou em uma situação “eventual” e “não possui mais qualquer ligação” com o psicodélico.

O caso:

  • Os relatos mais recentes foram o da advogada Gabriela Augusta Silva e do seu marido, Rafael Verçosa, que vivem em Goiânia (GO). Ela procurou o grupo em outubro de 2021 para conseguir ajuda para enfrentar o luto pela perda do irmão, que morreu no ano de 2017;
  • Após inalar a substância, conhecida popularmente como “bufo”, Gabriela afirmou que passou a ter crises de pânico e de ansiedade, problemas respiratórios e pensamentos suicidas;
  • Vale informar que, depois de extraído, o veneno do sapo seca e pode ser inalado, liberando, entre outras substâncias, o psicodélico 5-MeO-DMT, que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
  • Alguns participantes dos rituais promovidos pelo grupo Xamanismo relataram que não foram informados previamente sobre a ilegalidade da substância;
  • Por meio das redes sociais, o grupo se defendeu e disse que “nosso uso religioso do bufo alvarius foi uma situação eventual e episódica, que cessou tão logo recebemos orientação jurídica”;
  • Ao citar a denúncia feita pela advogada, o estabelecimento afirmou que ela “acusa o grupo de manejar uma substância ilícita, quando ela própria não poderia alegar o desconhecimento da lei nesse sentido”;
  • “Intolerância religiosa é crime — e todas as injúrias promovidas pelo casal, na sua ânsia persecutória, serão oportunamente debatidas e esclarecidas perante a Lei. O Xamanismo Sete Raios é uma fundação religiosa que há 10 anos reverencia e apoia diretamente a cultura originária e os povos da Amazônia, por meio de doações recorrentes, da conscientização sobre os direitos indígenas e num trabalho de fortalecimento da cultura e da sabedoria ancestral”, acrescentou o texto;
  • O grupo Xamanismo Sete Raios já é alvo de um inquérito da Polícia Civil de São Paulo, que apura o possível crime de tráfico de drogas. À IstoÉ, a corporação informou por meio de nota que o caso é investigado pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Além disso, houve uma apuração sobre “possível crime de curandeirismo, mas foi arquivada pela Justiça em abril deste ano”, finalizou.

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