Grupo paquistanês se aliou ao EI em atentado contra escola de polícia

Grupo paquistanês se aliou ao EI em atentado contra escola de polícia

Um grupo extremista paquistanês anunciou nesta quarta-feira ter se aliado à organização radical Estado Islâmico (EI) para organizar o atentado esta semana contra uma escola de polícia em Quetta, que deixou 61 mortos .

A reivindicação parece confirmar os temores dos especialistas, segundo os quais o EI, baseado no Oriente Médio e que até agora não conseguia entrar no Paquistão, optou por tecer alianças com grupos locais, aproveitando a crise da Al Qaeda.

As autoridades paquistanesas atribuíram o ataque contra a academia de polícia do Baluchistão, que deixou 61 mortos na noite de segunda-feira, à facção Al Alami, do grupo anti-xiita Lashkar-e-Jhangvi (LeJ).

Este ataque, o pior já cometido contra as forças de segurança na história do Paquistão, foi reivindicado igualmente pelos extremistas do EI. A organização publicou os retratos dos combatentes aos quais atribui a autoria do ataque. Um deles tem grande semelhança física com um dos atacantes mortos pela polícia.

Em resposta a uma pergunta da AFP sobre se o ataque tinha sido realizado em conjunto com o EI, um porta-voz do LeJ Al Alami, Ali bin Sufyan, respondeu: “sim, é claro”.

“Estamos dispostos a trabalhar com todos os grupos no Paquistão, pertençam à Al Qaida ou ao EI”, acrescentou.

O LeJ já tem uma aliança com os talibãs paquistaneses (TTP), que, por sua vez, juraram lealdade à Al Qaeda, sua principal fonte de financiamento no início de sua insurreição.

As autoridades paquistanesas realizaram amplas operações militares nas zonas tribais fronteiriças com o Afeganistão, o que tem diminuído a capacidade de ataque destes grupos locais. Observadores e fontes próximas dos grupos avaliam que a Al Qaeda perdeu terreno.